Brasil Refém do Assistencialismo: Quando a Sobrevivência Substitui o Progresso

Em pleno 2025, o Brasil vive uma crise silenciosa — não apenas econômica, mas moral e estrutural. Uma nação que deveria almejar crescimento, inovação e protagonismo global, tornou-se cada vez mais dependente de auxílios estatais. Dados alarmantes mostram que quase metade da população brasileira depende diretamente de benefícios governamentais para sobreviver. A dura realidade é que o país está se sustentando com o esforço de poucos, enquanto muitos sobrevivem do Estado.

Um país que vive de auxílio

Segundo levantamento apresentado na matéria anexa, mais de 100 milhões de brasileiros recebem benefícios governamentais, sejam transferências diretas de renda, aposentadorias, pensões ou outros programas sociais. Isso significa que a maior parte da população vive da máquina pública e não da produtividade real. Esse cenário de dependência crescente, que deveria ser transitório e emergencial, virou estrutura permanente e política de dominação.

Como alertou o senador Cristovam Buarque ainda em 2013, “sem educação, o Brasil será refém do Bolsa Família.” E de fato, tornou-se. O país pouco avançou em qualificação profissional, inovação ou industrialização. Exportamos o mesmo que há décadas: soja, carne, minério — bens primários, de baixo valor agregado. A alta tecnologia no PIB brasileiro é quase inexistente. Enquanto países como a Finlândia saíram da exportação de madeira para se tornarem potências tecnológicas, o Brasil continua estagnado no mesmo ciclo de pobreza e dependência.

O preço da sobrevivência: inflação e desespero

A pesquisa Genial/Quaest, divulgada no início de abril de 2025, reforça esse cenário de estagnação e desânimo. De acordo com o levantamento:

  • 81% dos brasileiros acreditam que o poder de compra caiu nos últimos 12 meses;

  • 88% apontam que os preços nos supermercados aumentaram, agravando a insegurança alimentar;

  • 70% relatam alta nos combustíveis, e 65% nas contas de luz e água;

  • E 53% afirmam que está mais difícil conseguir emprego.

Ou seja, o brasileiro não apenas depende de benefícios para sobreviver — ele sobrevive cada vez pior.

Sem emprego, sem perspectiva, sem futuro

Com a destruição do setor produtivo, a informalidade recorde e o desestímulo ao trabalho formal, o Brasil está se tornando um país onde o esforço deixou de ser sinônimo de progresso. Trabalhar hoje, para muitos, é pagar impostos que sustentam uma engrenagem assistencialista ineficiente, inchada e politicamente manipulada.

Mais do que isso: assistência sem contrapartida real em educação e capacitação profissional não emancipa. Apenas acomoda. Torna-se um mecanismo de controle social, em que o cidadão troca o voto por migalhas e permanece preso a um ciclo de miséria “administrada”.

Rejeição crescente ao governo e ao modelo

A consequência desse modelo começa a aparecer também nas urnas e na opinião pública. A mesma pesquisa da Genial/Quaest mostra que 56% dos brasileiros desaprovam o governo Lula, o mesmo percentual dos que avaliam negativamente a economia. Entre os que comparam os governos, 53% afirmam que este mandato é pior do que os anteriores de Lula. E mais: 43% consideram o atual governo inferior ao de Jair Bolsonaro, superando o índice dos que acham o contrário (39%).

Até mesmo no Nordeste, tradicional bastião petista, a desaprovação subiu de 37% para 46%, enquanto a aprovação caiu de 59% para 52%.

A saída: trabalho e educação, não dependência

O Brasil não precisa de mais programas de renda sem fim. Precisa de uma educação libertadora, de uma economia ativa e de uma população produtiva. Precisa ensinar a pescar, não eternizar a entrega do peixe. O caminho é claro: investimento em educação de base, capacitação técnica, fomento à iniciativa privada e desburocratização da geração de empregos.

Ou rompemos com o ciclo do assistencialismo, ou nos tornaremos uma nação de pedintes profissionais, governada por quem nos alimenta só o suficiente para não nos revoltar.

  • Agência Senado“Cristovam: Sem educação, Brasil será refém do Bolsa Família” (16/12/2013). Disponível em: senado.leg.br

  • REVISTA OESTE – https://revistaoeste.com/economia/quase-metade-dos-brasileiros-recebe-beneficios-do-governo/

  • Genial/Quaest – Pesquisa nacional realizada entre 27 e 31 de março de 2025. Resultados divulgados em 02/04/2025. Cobertura por Geovani Bucci e Camilly Rosaboni (Fonte: Money Times).

 

Dr. Ledson Catelan
Advogado e Professor Universitário (Unemat BBU)
Especialista Direito Empresarial, Família, Trabalhista e Bancário
Mestre em Direito
@ledsoncatelanadvocacia

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *