A comoção e a mobilização nas redes sociais impulsionadas pela família e amigos da advogada Viviane de Souza Fidelis, de 30 anos, motivaram a reabertura das investigações sobre sua morte, ocorrida em 17 de setembro, em Cuiabá. Publicações na página “Justiça por Viviane”, no Instagram, vêm questionando a versão inicial de suicídio e cobrando respostas das autoridades sobre inconsistências apontadas no laudo pericial.
Viviane foi encontrada morta no banheiro do apartamento onde morava, no Residencial Acácia, no bairro Bosque da Saúde. Segundo o boletim de ocorrência, ela vestia blusa cinza e calça azul, com um cinto tracionado em seu pescoço, preso a um acessório do banheiro. O caso, registrado inicialmente como suicídio, passou a ser classificado como “morte a esclarecer” após a mãe da advogada, Sheyla Regina Barros de Souza, de 52 anos, apresentar divergências sobre o que foi observado no local.
De acordo com o delegado Marcelo Carvalho, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), responsável pelo caso, a mãe levantou pontos que não condizem com os primeiros indícios. “Ela trouxe diversos elementos que precisam ser verificados com cuidado. Por isso, o caso passou a ser tratado como morte a esclarecer”, afirmou.
O inquérito foi instaurado no dia 23 de setembro, e entre as diligências estão a perícia no celular de Viviane — que, segundo relatos, estava em posse do ex-namorado —, coleta de imagens das câmeras de segurança do condomínio e oitivas de possíveis testemunhas. O ex-companheiro da vítima também está sendo ouvido pelas autoridades.
Nas redes, amigos e familiares contestam o laudo preliminar e afirmam que o corpo da advogada pode ter sido movido antes da chegada da perícia. Outro questionamento é sobre a posição em que ela foi encontrada — com o cinto amarrado à maçaneta da porta —, o que, segundo especialistas consultados pela família, seria incompatível com a dinâmica de um suicídio típico.
