A sessão da CPI da CS Mobi na Câmara de Cuiabá, realizada nesta quarta-feira (24), foi marcada por momentos de tensão após a apreensão do celular de um homem identificado apenas como Henrique, que assistia à reunião. Ele foi flagrado filmando os trabalhos da comissão.
Questionado pelo relator da CPI, vereador Dilemário Alencar (UB), Henrique se apresentou como analista de contratos e funcionário da CS Mobi, mas alegou estar no local apenas como cidadão. Ainda assim, acabou intimado a depor e foi pressionado pelos vereadores Dilemário, Rafael Ranalli (PL) e Maysa Leão (Republicanos). “Estou aqui como pessoa física e vim apenas para assistir à CPI”, afirmou.
O presidente da comissão, vereador Ranalli, justificou a medida: “O celular está apreendido, pois esta CPI tem esse poder, mas não vamos mexer nele, porque vamos requerer na Justiça a quebra dos dados”. Ao final da sessão, o aparelho foi devolvido a Henrique.
Investigações em andamento
A CPI da CS Mobi foi instaurada em 10 de fevereiro para apurar supostas irregularidades no contrato firmado entre a Prefeitura e a empresa, responsável pelo estacionamento rotativo. O contrato prevê um repasse mensal de R$ 650 mil do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e cláusulas que, segundo os parlamentares, precisam ser revistas.
Desde a abertura, a comissão já ouviu figuras como o ex-prefeito Emanuel Pinheiro, o ex-procurador-geral Benedicto Miguel Calix, a ex-secretária Regivânia Alves e o ex-secretário Francisco Vuolo, responsável pela assinatura do contrato. Também foram feitas visitas técnicas ao Mercado Municipal Miguel Sutil, centro das investigações.
A comissão foi prorrogada por mais 120 dias, até 10 de outubro, quando deve apresentar um relatório final avaliando se a CS Mobi cumpriu suas obrigações, como a modernização do Centro Histórico e a entrega do Mercado Municipal. O documento poderá recomendar medidas administrativas ou até ações judiciais.
Posição da empresa
Em nota, a CS Mobi afirmou que o colaborador presente à sessão não representava oficialmente a empresa. A companhia reforçou que já prestou informações à CPI, mantém histórico de colaboração com a Câmara e segue à disposição para esclarecer dúvidas.