O Irã executou pelo menos 1.000 pessoas desde o início de 2025, segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (23) pela ONG Iran Human Rights (IHR). A entidade denuncia que o país enfrenta a pior onda de execuções desde 2008, com uma média de nove enforcamentos por dia, apenas na última semana foram registrados 64 casos.
O número já supera o recorde de 975 execuções registrado em 2024 e representa o total mais alto desde que a ONG começou a monitorar os dados. A IHR alerta, no entanto, que os números podem estar subestimados, devido à falta de transparência do governo iraniano.
De acordo com o relatório, cerca de 50% das execuções estão ligadas ao tráfico de drogas, 43% a condenações por homicídio, 3% a acusações de segurança nacional, 3% a casos de estupro e 1% a espionagem em favor de Israel. Organizações de direitos humanos apontam que muitas dessas execuções ocorrem sem garantias de julgamento justo, configurando, segundo a IHR, crimes contra a humanidade.
“O Irã lançou uma campanha de massacres nas prisões. Sem uma reação internacional séria, a dimensão desse massacre cresce a cada dia”, afirmou o diretor da IHR, Mahmood Amiry-Moghaddam.
O país ocupa atualmente a segunda posição mundial em número de execuções, atrás apenas da China, de acordo com entidades como a Anistia Internacional. O relatório foi divulgado enquanto o presidente iraniano, Massoud Pezeshkian, participa da Assembleia-Geral da ONU em Nova York, em meio à retomada de sanções econômicas contra Teerã por causa de seu programa nuclear.
