A morte da advogada Viviane de Souza Fidelis, de 30 anos, encontrada em seu apartamento no Residencial Acácia, no bairro Bosque da Saúde, em Cuiabá, segue cercada de dúvidas. O caso foi registrado pela Polícia Civil como suicídio por enforcamento, conforme laudo preliminar da Politec, mas a família contesta a versão e pede que todas as possibilidades sejam investigadas.
A mãe da jovem, Sheyla Regina Barros de Souza, de 52 anos, relatou o choque ao ver a filha no velório. “Está toda desfigurada, não parece a minha filha. Na funerária pediram para que não fosse usada uma roupa que mostrasse muito, porque ela estava com muitos hematomas”, contou. Segundo ela, Viviane apresentava marcas no rosto, pescoço, ombros e braços, mesmo após ter sido maquiada.
Cena alterada e versões contraditórias
De acordo com a versão apresentada pelo namorado — um arquiteto, cujo nome não será divulgado por não ser investigado oficialmente — ele teria recebido mensagens da vítima afirmando que “cometeria uma loucura”. Ao ir ao local com o pai, contou que não conseguiu acesso ao apartamento e pediu ajuda a uma vizinha. A mulher teria encontrado Viviane já sem vida e, em seguida, o arquiteto entrou no imóvel e mexeu no corpo.
Para a família, há contradições entre os relatos do rapaz e o que vizinhos presenciaram. Em um primeiro momento, o pai dele disse que o filho sequer havia subido ao apartamento. Depois, confirmou-se que ele entrou e deslocou o corpo. “São várias versões contadas. Acho que tem coisa a mais por trás dessa situação”, disse Sheyla.
Suspeitas sobre o relacionamento
O arquiteto afirmou que o casal havia terminado duas semanas antes, mas a mãe da vítima considera a versão incompatível com os fatos. No sábado (14), Viviane esteve em um casamento e apresentou o rapaz como namorado. Poucos dias depois, ele teria aparecido no prédio dela com presentes de uma loja de grife.
Amigas também relataram comportamentos abusivos e ciúmes excessivos do companheiro. Uma delas afirmou que Viviane pretendia pedir medida protetiva contra ele por causa de agressões. Prints de conversas mostrariam empurrões e episódios de controle excessivo.
Futuro interrompido
Para a família, Viviane não demonstrava sinais de depressão ou tendência suicida. “Ela estava se cuidando, tinha feito as unhas, estava se preparando para comprar um carro e um apartamento. Não consigo acreditar que faria algo assim. Ela era medrosa, jamais se enforcaria”, afirmou a mãe.
Investigação em curso
O delegado responsável teria afirmado à família que, diante dos depoimentos colhidos, a conclusão inicial é de suicídio. O laudo definitivo da perícia deve ser divulgado em até 45 dias. Mesmo assim, Sheyla faz um apelo: “Que as autoridades investiguem a fundo, que não tratem apenas como suicídio. Precisamos ter certeza do que aconteceu com a minha filha”.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Fraudes Fiscais da Câmara de Cuiabá, presidida pela vereadora Michelly Alencar (União Brasil), convocou os ex-secretários de Planejamento da gestão Emanuel Pinheiro Márcio Alves Puga e Éder Galiciani para prestarem esclarecimentos. Eles deverão ser ouvidos na próxima segunda-feira (22).
A CPI apura a situação financeira em que foi deixada o município no exercício de 2024, último ano de mandato de Emanuel Pinheiro (PSD).
O ex-prefeito Emanuel Pinheiro ingressou na Justiça com pedido para suspender os trabalhos da CPI. No entanto, o juiz responsável pelo caso negou o pedido, reconhecendo a legalidade e legitimidade da comissão para prosseguir com as investigações.
Logo no início dos trabalhos, a CPI recebeu oficialmente três relatórios elaborados pela Controladoria-Geral do Município (CGM), apontando irregularidades de grande impacto fiscal, como:
– R$ 295 milhões em despesas sem cobertura financeira (violação ao art. 42 da LRF)
– R$ 369,6 milhões em obrigações sem autorização orçamentária
– R$ 11,1 milhões em agendamentos bancários para pagamento em janeiro de 2025, após o término do mandato.