O feminicida Wendel dos Santos Silva, de 38 anos, foi condenado a 31 anos de prisão em regime fechado pelo Tribunal do Júri de Peixoto de Azevedo, nesta quinta-feira (18). Ele matou a facadas a noiva, Leidiane Ferro da Silva, em abril de 2024, em um crime filmado por câmeras de segurança na casa do casal.
O julgamento foi presidido pelo juiz João Zibordi Lara, da Segunda Vara Criminal, que considerou as qualificadoras de motivo torpe, emprego de recurso que dificultou a defesa da vítima, feminicídio e aumento de pena pelo crime ter sido cometido na presença do filho da vítima.
“O réu apresenta destacado traço de misoginia, revelando o desprezo pela condição feminina. Comportamento que vai além do elemento normativo e qualifico o delito como feminicídio. Evidencio característica de sua personalidade, pautada no ódio e na inferiorização não só da mulher, mas do sistema protetivo legal”, afirmou o magistrado.
Durante o julgamento, Wendel disse que o casal havia terminado o relacionamento no dia do crime e que ele pediu as alianças de volta. Segundo ele, Leidiane se recusou a entregar os anéis, afirmando que poderia usá-los com quem quisesse, pois havia pago por eles. Ele então desferiu as facadas que mataram a vítima.
O réu tentou justificar o assassinato culpando a vítima e alegando ter sido constantemente humilhado, em um relacionamento de cinco anos, marcado por idas e vindas. Dois meses antes do crime, ele já havia agredido Leidiane com um mata-leão, episódio registrado por câmeras de segurança.
As imagens do crime mostram Wendel atacando Leidiane na cozinha, na presença da filha dele, Ketlin Jacqueline Cozer Silva. Após o primeiro golpe, ele afasta a criança e continua os ataques, que resultaram na morte da vítima.