A jornalista, escritora e roteirista Milly Lacombe voltou ao centro do debate público após ter sua participação na 11ª Festa Litero Musical (FLIM), em São José dos Campos, cancelada. A decisão ocorreu depois da repercussão de declarações feitas por ela sobre o conceito de família, durante entrevista ao podcast “Louva a Deusa”, em julho.
Em vídeo publicado nas redes sociais na noite desta terça-feira (16), Milly relatou que vem sofrendo ameaças de extremistas e afirmou que sua presença no evento colocaria em risco sua segurança. “Vejo como uma derrota não poder estar na FLIM, mas seria arriscado”, declarou.
A polêmica surgiu após viralizar um trecho da entrevista em que a jornalista critica a ideia de família tradicional. “Esse negócio de família tá f**** a gente. Família é um núcleo produtor de neurose. Essa família tradicional, branca, conservadora, brasileira. Gente, isso é um horror. É a base do fascismo. Falemos a verdade”, disse no programa.
Em suas redes, Milly confirmou a fala, mas alegou que ela foi retirada de contexto.
Nascida no Rio de Janeiro, Milly Lacombe é considerada pioneira no comentário esportivo feminino no Brasil, tendo passado por veículos como SporTV, Rede Globo, TV Record e Revista Trip. Atualmente, escreve para o UOL.
Na literatura, publicou seis livros, entre eles Segredos de uma Lésbica para Homens (2004), Tudo é Só Isso (2010) e O Ano em Que Morri em Nova York (2017). Como roteirista, colaborou em atrações como Amor & Sexo (Globo, 2018) e em programas do GNT, como Super Bonita, Tempero de Família e Bem Juntinhos.
O episódio levanta novas discussões sobre os limites da liberdade de expressão no país e os riscos enfrentados por figuras públicas que se posicionam em defesa de pautas progressistas e de direitos humanos.