A Justiça de Mato Grosso manteve a prisão do empresário Flávio Henrique Lucas e da esposa, a cirurgiã-dentista Mara Kenia Dier Lucas, além de confirmar a condenação da empresária Thaysa Lucas, irmã de Flávio, por crimes ligados ao tráfico interestadual de drogas.
Flávio e Mara receberam 21 anos de prisão em regime fechado cada um, totalizando 42 anos de pena conjunta, por tráfico de drogas e associação para o tráfico. A decisão tornou-se definitiva após o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negar habeas corpus à defesa de Mara nesta segunda-feira (15). Flávio permanece preso, enquanto Thaysa cumpre 18 anos e seis meses em prisão domiciliar.
Outros réus da Operação Escamotes, deflagrada em maio de 2024 pela Polícia Federal, também foram condenados: Thiago de Oliveira a 17 anos e seis meses, e John Carlos Lemos da Silva, Tomaz Camilo Vieira Guimarães e Kelvin Diego Minott Egu a quatro anos e dez meses. Já Pedro Benício Rodrigues de Sá foi absolvido.
Segundo a sentença do juiz Douglas Bernardes Romão, da 1ª Vara Criminal de Barra do Garças, Flávio era responsável pelo gerenciamento do tráfico, incluindo transporte, recrutamento de “mulas” e contato com fornecedores. Interceptações telefônicas revelaram negociações de drogas e até de armas, ainda que este último crime não tenha sido formalmente imputado.
Mara Kenia atuava como articuladora financeira, cuidando da logística, pagamentos a envolvidos e aluguel de veículos para transporte da droga. “Não é crível a versão de que ela desconhecia a prática ilícita do grupo criminoso”, destacou o juiz.
Thaysa Lucas, por sua vez, integrava o núcleo financeiro da organização, realizando repasses de valores significativos para sustentar as atividades criminosas, com objetivo de retorno financeiro.
O processo confirma que o trio agia de forma coordenada para manter a operação, financiando e estruturando a distribuição de drogas entre Mato Grosso e outros estados.