Governo Trump promete resposta dos EUA após condenação de Bolsonaro

O governo dos EUA, por meio do secretário do Departamento de Estado norte-americano, Marco Rubio, fez duras críticas nesta quinta-feira (11) ao ministro Alexandre de Moraes e a outros integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF).
A declaração ocorreu após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por suposta ‘tentativa de golpe de Estado’ relacionada ao pleito de 2022.
“As perseguições políticas do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes, sancionado, continuam, já que ele e outros membros do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram injustamente pela prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro”, afirmou Rubio.
O secretário também advertiu que Washington poderá reagir à decisão. Segundo ele, os Estados Unidos “responderão de forma adequada a essa caça às bruxas”.
Itamaraty
O Palácio Itamaraty se manifestou nesta quinta-feira (11) sobre a condenação do ex-presidente Bolsonaro e rebateu a ameaça de Marco Rubio.
“O Poder Judiciário brasileiro julgou, com a independência que lhe assegura a Constituição de 1988, os primeiros acusados pela frustrada tentativa de golpe de Estado, que tiveram amplo direito de defesa. As instituições democráticas brasileiras deram sua resposta ao golpismo”, respondeu o Ministério das Relações Exteriores (MRE), em nota postada nas redes sociais.
“Continuaremos a defender a soberania do país de agressões e tentativas de interferência, venham de onde vierem. Ameaças como a feita hoje pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia”, prosseguiu o ministério liderado pelo embaixador Mauro Vieira (foto, à esquerda).
O presidente dos EUA, Donald Trump, também se manifestou sobre a condenação de Bolsonaro. Respondendo a questionamento de jornalistas, Trump se disse surpreso com o resultado do julgamento.
No fim de julho, os EUA impuseram contra Alexandre de Moraes sanções previstas na chamada Lei Magnitsky, mecanismo previsto na legislação estadunidense usado para punir unilateralmente violadores de direitos humanos no exterior.
Entre outros pontos, a medida bloqueia bens e empresas dos alvos da sanção nos EUA. O Brasil também está sob sanções comerciais desde agosto, com taxas de 50% sobre parte das exportações brasileiras ao mercado norte-americano. (Foto: reprodução; Fontse: CNN; EBC)