A Rodada Técnica da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) chegou ao fim na última sexta-feira (22.08), após percorrer 30 núcleos da entidade, levando informações técnicas e resultados de pesquisa aos participantes. O evento teve como missão disseminar as descobertas dos Centros Tecnológicos (CTECNOs) mantidos pela Associação nas regiões do Parecis e do Araguaia.
A iniciativa, realizada entre julho e agosto, percorreu as quatro principais regiões do estado, iniciando pela norte, leste, oeste e sul, promovendo encontros presenciais entre pesquisadores e produtores rurais, especialmente aqueles que não puderam participar dos dias de campo nas estações experimentais da entidade. Conforme o vice-presidente Sul da Aprosoja MT e coordenador da Comissão de Defesa Agrícola, Fernando Ferri, esta edição superou as expectativas. “A rodada técnica com certeza foi um sucesso pelo público participante. Tivemos 1.130 participantes ao longo dos municípios. É um momento onde mostramos nosso trabalho técnico de pesquisa e levamos os resultados diretamente ao produtor. Cada vez mais a gente está alcançando novos participantes, produtores que vem e adotam os manejos que a Aprosoja MT realiza nas suas propriedades e colhem o fruto disso, que é produtividade e rentabilidade para o produtor, e isso é uma missão da entidade”, destaca.
A edição de 2025 também marca um avanço importante, com a primeira participação dos pesquisadores do CTECNO Araguaia, que tem como foco os solos siltosos. “Estamos na terceira safra no Araguaia, ainda é muito jovem, mas já temos dados importantes. Falamos sobre solos arenosos, argilosos e também siltosos, com particularidades regionais que fazem toda a diferença para o produtor”, acrescenta Ferri.
Nas regiões norte e oeste, o destaque das discussões foi o manejo da calagem em sistemas de plantio direto, tema abordado pelo pesquisador da Aprosoja MT/IAGRO e coordenador de pesquisa do CTECNO Parecis, Rodrigo Hammerschmitt. “Hoje, existe muita dúvida no sistema plantio-direto de qual dose aplicar no corretivo da acidez, se há necessidade ou não de fazer a incorporação do solo para a incorporação do corretivo. Então, a gente trouxe resultados consolidados de oito safras conduzidas no CTECNO Parecis e conseguimos abordar as principais dúvidas em relação ao manejo da calagem, principalmente em solos arenosos. A gente teve então, acredito, um aumento da participação de produtores e profissionais da área técnica porque cada vez mais as pessoas estão conhecendo esse trabalho que vem sendo desenvolvido pela entidade dentro dos CTECNOs, onde a gente desenvolve uma pesquisa que é totalmente idônea, que não tem nem vínculo comercial com empresas”, explica.
Durante as rodadas técnicas realizadas nas regiões leste e sul, o coordenador de pesquisa do CTECNO Araguaia, André Somavilla, destacou a importância de práticas como a rotação de culturas, calagem e adubação potássica nos sistemas de produção. “O principal ponto de destaque que nós observamos nas rodadas é que em muitas regiões os produtores já conseguem perceber que áreas mais frágeis, com solos mais frágeis, como solos arenosos e solos com maior teor de silte, tem que buscar outras alternativas às culturas de grãos normalmente praticadas, como soja a milho. Nessas áreas mais frágeis, os sistemas de rotação com aporte de palha, de matéria seca, como com braquiária ou alguma leguminosa, têm se saído melhor na pesquisa e os produtores já estão utilizando isso no campo”, destaca.
Através da Rodada Técnica os pesquisadores levaram informações valiosas para os produtores, principalmente para aqueles que não puderam comparecer aos dias de campo, realizados nas estações experimentais da entidade. Ao encerrar mais uma edição da iniciativa, a Aprosoja Mato Grosso reafirma seu papel em conectar pesquisas e suas aplicações práticas no dia a dia da produção agrícola.