EUA revogam vistos de dois integrantes do governo Lula por envolvimento no Mais Médicos

O governo dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira (13) a revogação dos vistos de entrada de dois integrantes da atual administração Lula, acusados de envolvimento no modelo de contratação de médicos cubanos no programa Mais Médicos, classificado por Washington como “esquema de exportação de trabalho forçado” pelo regime de Havana.

As sanções atingem Mozart Júlio Tabosa Sales, atual secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, e Alberto Kleiman, coordenador da COP30 na Organização do Tratado de Cooperação Amazônica. Ambos ocuparam cargos estratégicos durante a implementação do programa no governo Dilma Rousseff e, segundo o Departamento de Estado norte-americano, desempenharam papel central na articulação que permitiu a intermediação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nos contratos, contornando sanções e requisitos constitucionais.

O modelo previa que o governo brasileiro repassasse recursos à Opas, que enviava a maior parte do valor a Cuba, responsável pelo pagamento final aos profissionais. Denúncias indicam que até 85% dos salários eram retidos pelo governo cubano, com os médicos recebendo apenas uma fração da remuneração.

Ao anunciar as medidas, o secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que “esses indivíduos foram responsáveis ou ajudaram o regime cubano a explorar trabalhadores médicos, enriquecendo um sistema corrupto e privando o povo cubano de cuidados essenciais”.

A decisão amplia a pressão diplomática dos EUA sobre autoridades ligadas ao Mais Médicos e se soma a sanções já impostas, em julho, contra oito ministros do Supremo Tribunal Federal, no contexto de críticas à atuação política da Corte.

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