O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ampliou significativamente as críticas contra o Brasil e a África do Sul em seu novo relatório anual sobre direitos humanos, segundo documentos obtidos pelo The Washington Post. O texto, que será enviado ao Congresso norte-americano nesta terça-feira (12), aponta diretamente os dois países por supostas violações.
No caso da África do Sul, o relatório acusa o governo de maus-tratos contra fazendeiros brancos africâneres, incluindo expropriação de terras e outros abusos contra minorias raciais. Trump teria exibido, em reunião na Casa Branca, vídeos que alegadamente comprovavam a perseguição — embora um deles não retratasse o país. A tensão levou Washington a receber 60 africâneres como refugiados, cortar ajuda financeira ao governo sul-africano e anunciar boicote à reunião do G20 prevista para novembro em Johanesburgo.
Já em relação ao Brasil, o documento critica ações do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por supostamente ordenar a suspensão de mais de 100 perfis na plataforma X (antigo Twitter), afetando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. O relatório afirma que houve “supressão desproporcional” da liberdade de expressão e violações ao direito a julgamento justo.
Servidores de carreira do Departamento de Estado demonstraram desconforto com a nova abordagem, alegando que o processo foi politizado e que houve resistência interna ao uso do termo “genocídio” para descrever a situação dos africâneres.
No mês passado, os EUA ampliaram sanções contra Moraes. O secretário de Estado Marco Rubio acusou o magistrado de cometer “graves abusos de direitos humanos”. Moraes afirmou que vai ignorar as sanções. Bolsonaro, por sua vez, declarou ao Washington Post: “Sempre falei das perseguições que Trump sofreu. Se ele quiser falar algo sobre mim, vai decidir.”
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