Autor de chacina em Sorriso é condenado a 225 anos de prisão

O caminhoneiro Regivaldo Batista Cardoso, que perdeu a esposa e três filhas em um crime que chocou Sorriso, a 420 km de Cuiabá, afirmou que a condenação do responsável pelas mortes traz um alívio, embora não diminua a dor. “Não muda para a gente e não vai trazer elas de volta, não vai diminuir o sofrimento, não vai diminuir a saudade, mas a justiça foi feita hoje”, disse.

O réu confesso, Gilberto Rodrigues dos Anjos, 34 anos, foi condenado pelo Tribunal do Júri a 225 anos de prisão por estupro, estupro de vulnerável e feminicídio. As vítimas foram Cleci Calvi Cardoso, de 46 anos, e as filhas do casal, Miliane, de 19, Manuela, de 12, e Melissa, de 10 anos. O crime ocorreu na madrugada de 24 para 25 de novembro de 2023, na casa da família.

A sentença, proferida pelo juiz Rafael Deprá Panichella, da 1ª Vara Criminal, veio após cerca de 10 horas de julgamento. Apesar da pena total, o réu deverá cumprir no máximo 40 anos, limite previsto pela legislação brasileira.

Regivaldo classificou a decisão como exemplar. “Graças a Deus, todos os jurados foram unânimes na condenação e o juiz foi certeiro com esses 225 anos. Ele vai cumprir os 40 anos e não vai colocar o pé dele nunca mais fora da cadeia”, afirmou, agradecendo a todos que participaram do processo.

Seis testemunhas foram ouvidas, incluindo familiares das vítimas, o delegado responsável pelo caso e policiais que participaram das investigações. Gilberto optou por não depor nem acompanhar os argumentos da acusação e defesa.

O promotor de Justiça Luis Fernando Rossi Pipino e o assistente de acusação Conrado Pavelski Neto detalharam a dinâmica dos crimes e descreveram o réu como portador de “personalidade demoníaca”. A defesa tentou apenas questionar a tipificação de estupro, alegando vilipêndio de cadáver, mas a tese foi rejeitada pelo Conselho de Sentença.

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