Christian, Cícero e Aledson foram enganados por Nataly, diz MPE

O Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE) pediu o arquivamento do inquérito policial que investigava a possível participação de Christian Albino Cebalho de Arruda, Cícero Martins Pereira Junior e Aledson Oliveira da Silva no assassinato da adolescente grávida Emelly Beatriz Azevedo Sena, de 16 anos, ocorrido em março deste ano, em Cuiabá.

A investigação concluiu que os três homens, inicialmente considerados suspeitos, foram igualmente enganados pela ré confessa do crime, a bombeira civil Nataly Helen Martins Pereira, companheira de Christian na época. De acordo com o promotor de Justiça Rinaldo Segundo, responsável pelo caso, os investigados não tinham conhecimento do plano macabro arquitetado por Nataly para sequestrar o bebê da vítima.

O crime foi cometido no dia 12 de março, na residência de Cícero, irmão de Nataly, que foi utilizada por ela de forma clandestina. Emelly havia sido atraída ao local sob o pretexto de receber doações de roupas de bebê. Lá, foi asfixiada com fios de internet enquanto ainda estava viva, e teve o bebê retirado do útero. Em seguida, Nataly enterrou o corpo da adolescente em uma cova rasa no quintal da casa.

Horas depois, a bombeira civil e o então companheiro, Christian, foram ao Hospital Santa Helena para tentar registrar o recém-nascido como filho do casal. O comportamento de Nataly levantou suspeitas na equipe médica, que acionou a polícia. Após exames, foi constatado que ela não havia passado por uma gestação. A partir daí, o caso veio à tona.

Christian foi mais uma vítima da farsa

Segundo o MP, Christian estava trabalhando em um restaurante no momento do crime e, durante meses, acreditou estar prestes a ser pai, enganado pelas falsas provas de gestação apresentadas por Nataly. “Ele também foi vítima da farsa elaborada por Nataly”, afirma o promotor.

A análise do celular usado pelo casal não revelou nenhum indício de envolvimento dele no crime. Ao contrário, os dados reforçaram que ele, assim como os familiares, foi manipulado pela autora.

Cícero e Aledson também foram inocentados

Cícero, irmão da autora, foi apontado como proprietário da casa onde o crime ocorreu. No entanto, a promotoria demonstrou que ele trabalhava em uma obra no momento do assassinato e que Nataly usou a chave escondida da casa sem o conhecimento dele.

Já Aledson, amigo da família, havia sido detido por ter acompanhado Nataly a hospitais após o suposto parto. Mas o MP esclareceu que ele apenas atendeu a pedidos da família, como motorista de aplicativo, e não sabia da origem criminosa do bebê.

Depoimento da mãe confirma histórico de mentiras

A mãe de Nataly e Cícero, Hueslany Gonçalves Pereira, declarou à polícia que a filha tinha um histórico de simulações de gravidez mesmo após ter feito laqueadura. Segundo ela, Nataly apresentava exames falsificados e evitava consultas médicas com acompanhamento familiar. A declaração reforça que nem mesmo os parentes mais próximos tinham conhecimento do plano criminoso.

Arquivamento do inquérito

Diante da ausência de provas ou indícios que liguem os três homens ao assassinato, ocultação de cadáver ou supressão de estado de filiação, o MPE pediu o arquivamento do inquérito complementar que apurava suas condutas.

“Não há elementos que justifiquem o prosseguimento da investigação contra Christian Albino, Cícero Martins e Aledson Oliveira. As provas colhidas apontam que todos foram vítimas, e não cúmplices”, afirmou o promotor.

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