Durante entrevista concedida nesta quarta-feira (10), o vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), criticou a nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a todos os produtos de origem brasileira. A medida, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, reacendeu tensões diplomáticas e provocou reações de lideranças políticas em todo o país.
Para Pivetta, Mato Grosso não deve ser diretamente afetado, mas ele avalia que o cenário é preocupante e movido por motivações políticas.
“Mato Grosso escapa de fininho dessa história. Mas não é legal o que está acontecendo. É uma disputa ideológica. Para mim, o que interessa é o serviço público ser de qualidade. O Estado precisa ser conveniente para o cidadão, e infelizmente isso está sendo deixado de lado. O que vemos é uma guerra de egos, de ideologias, de apoios a A, B ou C, que não tem nada a ver com a vida real das pessoas”, afirmou.
Embora tenha evitado mencionar diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-governador também criticou os rumos da política externa brasileira.
“O Brasil não tem que ficar brigando com outros países. Essas disputas ideológicas, apoio a nações como o Irã… isso não leva a lugar nenhum”, disse, em tom de desaprovação.
Pivetta aproveitou para reforçar que o governo federal deveria priorizar pautas mais urgentes, como o combate à miséria e a melhoria dos serviços públicos.
“Como brasileiro, estou muito preocupado com a pobreza no Brasil, com a alta carga tributária que impede investimentos essenciais. A estagnação econômica condena milhões de irmãos brasileiros a uma vida de limitações. Isso é o que deveria nos preocupar”, pontuou.
E finalizou com uma cobrança direta ao papel do Estado:
“O Estado precisa ser protagonista e garantir ao povo educação de qualidade, saúde, condições mínimas para que cada pessoa possa conquistar a própria liberdade. É isso que importa”, concluiu.
