A Terra vai registrar, nesta quarta-feira (9), um de seus dias mais curtos do ano, girando cerca de 1,30 milissegundo mais rápido do que o padrão de 24 horas. A diferença é imperceptível no cotidiano, mas tem despertado a atenção da comunidade científica por conta do padrão atípico que vem se repetindo desde 2020 — ano em que foram anotados os 28 dias mais curtos desde 1960.
Segundo o Serviço Internacional de Sistemas de Referência e Rotação da Terra (IERS) e o Observatório Naval dos Estados Unidos, outras datas com aceleração na rotação estão previstas para breve. No próximo dia 22 de julho e em 5 de agosto, as projeções indicam encurtamentos de 1,38 e 1,51 milissegundo, respectivamente.
Embora pareçam irrelevantes para a vida diária, essas variações levantam questionamentos sobre as forças que influenciam o interior e a dinâmica do planeta. Especialistas explicam que fatores como terremotos, derretimento de geleiras, deslocamentos de massas no manto, alterações atmosféricas e até a posição da Lua podem afetar a velocidade da rotação.
Um exemplo citado é o terremoto de 2011 no Japão, que encurtou o dia em 1,8 microssegundo. Já o tremor de 2004 na Indonésia provocou uma redução de 2,68 microssegundos. Além disso, quando a Lua se afasta do Equador terrestre, sua influência gravitacional sobre a rotação diminui, colaborando para os dias mais curtos.
Desde a década de 1970, a rotação da Terra é monitorada por relógios atômicos. Para manter a sincronia entre o tempo universal coordenado (UTC) e o giro do planeta, foram adicionados 27 segundos intercalares ao longo dos anos, sendo o último em 2016. Agora, com o atual comportamento de aceleração, cientistas discutem a possibilidade inédita de remover um segundo intercalar até 2029, caso a tendência persista.