A Rússia realizou, nesta quarta-feira (9), o maior ataque com drones contra a Ucrânia desde o início da guerra, em fevereiro de 2022. Segundo as Forças Armadas ucranianas, a ofensiva aérea envolveu 728 drones, superando com folga o recorde anterior de 539 dispositivos, registrado no último dia 4. A investida aconteceu poucas horas após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometer reforçar o apoio militar a Kiev.
De acordo com a Força Aérea da Ucrânia, 718 drones foram abatidos antes de atingirem seus alvos. Apesar da magnitude do ataque, não houve registro imediato de mortes. Em Brovary, nos arredores de Kiev, uma mulher foi hospitalizada com ferimentos no peito causados pelos estilhaços de um drone derrubado.
O ataque teve como principal alvo a cidade de Lutsk, no noroeste do país, e foi tão intenso que obrigou a Força Aérea da Polônia a acionar aeronaves para monitoramento de seu espaço aéreo. “Praticamente tudo voava em direção a Lutsk”, relatou Ivan Rudnitskyi, chefe da administração militar da região de Volyn.
Pelo lado russo, o Ministério da Defesa informou que a Ucrânia também lançou 86 drones contra alvos em território russo durante a noite.
Em meio à nova escalada de ataques, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky declarou, por meio do Telegram, que a ofensiva demonstra o desinteresse de Moscou por qualquer iniciativa de cessar-fogo. “Este é um ataque demonstrativo, em um momento de tentativas de alcançar a paz. Nossos parceiros sabem como pressionar para que a Rússia pense em encerrar a guerra, não em novos bombardeios. Todos que querem a paz devem agir”, escreveu.
O bombardeio veio um dia depois de Trump anunciar que os Estados Unidos voltarão a enviar armamentos à Ucrânia, após uma breve suspensão decidida na semana passada sem o conhecimento direto do presidente, segundo fontes ouvidas pela imprensa americana. A medida havia sido tomada pelo secretário de Defesa, Pete Hegseth.
“Vamos enviar mais armas. Temos que fazer isso — eles precisam se defender”, disse Trump, reforçando que os equipamentos enviados terão caráter defensivo, com destaque para mísseis interceptores Patriot, considerados essenciais pela Ucrânia para neutralizar os ataques aéreos russos.
O Pentágono confirmou a decisão. “Sob orientação do presidente Trump, o Departamento de Defesa está enviando armas defensivas adicionais para garantir que os ucranianos possam se proteger enquanto buscamos uma paz duradoura e o fim das mortes”, declarou um porta-voz.