Uma gestante de 24 anos perdeu suas filhas gêmeas após, supostamente, ser impedida de sair do trabalho para buscar atendimento médico, em Brasnorte (580 km de Cuiabá). O caso aconteceu na última quarta-feira (26) e está sendo apurado pela Polícia Civil como possível violência obstétrica e omissão de socorro.
De acordo com o relato de familiares, a jovem, que trabalhava em uma empresa de sementes, teria informado à chefia que sentia fortes dores e precisava ir ao hospital. No entanto, segundo denúncia, foi orientada a permanecer no serviço, o que acabou retardando o atendimento.
Horas depois, a gestante conseguiu chegar à unidade de saúde, mas as gêmeas nasceram sem vida. A Secretaria Municipal de Saúde confirmou o óbito das bebês e afirmou que a equipe médica prestou todo o atendimento possível à mãe, que permanece internada, em estado estável e acompanhada por psicólogos.
O caso foi registrado em boletim de ocorrência e um inquérito foi instaurado pela Delegacia de Polícia Civil de Brasnorte para apurar a conduta dos responsáveis pela empresa e eventuais falhas no atendimento médico.
A direção da empresa ainda não se pronunciou oficialmente.
O episódio reacendeu discussões sobre violência obstétrica e os direitos trabalhistas de gestantes em Mato Grosso. A Defensoria Pública do Estado acompanha o caso e deve adotar medidas legais. Nos próximos dias, a Polícia Civil deve ouvir testemunhas e funcionários da empresa para esclarecer os fatos.