Com o cenário eleitoral de Mato Grosso ainda indefinido para 2026, a esquerda trabalha para se reorganizar e ocupar espaço. Segundo o deputado estadual Valdir Barranco (PT), as conversas entre PT, PSD, PV e PCdoB estão avançadas para a construção de um palanque sólido para o presidente Lula no estado e para o lançamento de candidaturas competitivas ao Congresso Nacional.
“Estamos num trabalho bastante efetivo para composição das chapas”, afirmou Barranco, ao comentar sobre reunião recente com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), e demais integrantes da federação. O foco, no momento, está na definição dos nomes que vão disputar vagas na Câmara dos Deputados e na consolidação de uma base consistente para apoiar Lula.
A expectativa é que Carlos Fávaro concorra à reeleição para o Senado, sendo esse um dos pontos prioritários já alinhados entre os aliados. Já a discussão sobre candidatura ao governo estadual deve ganhar força a partir de julho, após as eleições internas do PT.
Para Barranco, o campo político em Mato Grosso está mais aberto do que em 2022, quando o então governador Mauro Mendes (União Brasil) buscava a reeleição com ampla vantagem. “É um cenário absolutamente sem nomes. É possível termos um nome de consenso que seja abraçado pelo povo mato-grossense”, avaliou.
Questionado sobre a médica Natasha Slhessarenko (PSD), que foi pré-candidata ao Senado em 2022, o deputado reconheceu a relevância dela no grupo, apesar de não haver conversas recentes. “Ela está na nossa composição, é filiada ao PSD e tem o nosso carinho. É um quadro qualificadíssimo para o estado”, pontuou.
No campo adversário, Barranco fez críticas a nomes que circulam nos bastidores como possíveis pré-candidatos ao governo, como o senador Wellington Fagundes (PL) e o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos). “Não são nomes que verdadeiramente se relacionam com esse carisma com a população, bastante chuchu”, ironizou.
Com Lula no Palácio do Planalto, Fávaro no comando de um ministério estratégico e a federação partidária mais estruturada, o deputado acredita que há condições reais de montar uma chapa competitiva no estado.