Mendes fala sobre Operação Suserano e critica julgamento precoce

  O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), afirmou que a Controladoria-Geral do Estado (CGE) não acusou formalmente nenhum deputado estadual no caso das emendas parlamentares supostamente envolvidas em fraudes na compra de kits agrícolas durante o período eleitoral de 2022. Segundo Mendes, o relatório da CGE apenas identificou sobrepreço nos contratos, mas não apontou o envolvimento direto de parlamentares. “A CGE não fez acusação a nenhum deputado. Ela identificou o sobrepreço e apontou aquilo no relatório, sem entrar no mérito de nomes”, disse o governador em entrevista à imprensa nesta semana. A declaração ocorre após a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) aprovar, na semana passada, a convocação do controlador-geral Paulo Farias Nazareth Neto para prestar esclarecimentos sobre o documento. A medida foi tomada dois dias após o portal UOL divulgar que 14 deputados, um prefeito e um secretário de Estado teriam encaminhado emendas utilizadas em compras supostamente superfaturadas. O caso está no centro da Operação Suserano, deflagrada pela Polícia Civil em setembro de 2024, que apura um possível desvio de mais de R$ 28 milhões em recursos públicos, via emendas parlamentares, principalmente destinadas à Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf). O presidente da ALMT, Max Russi (PSB), criticou o conteúdo do relatório da CGE, dizendo que o órgão ultrapassou os limites legais ao incluir imagens e vídeos de parlamentares em eventos políticos. Mendes, por outro lado, rebateu: “O relatório será entregue a todos os deputados. Alguns já tiveram acesso e viram que não há qualquer acusação direta”. O governador ainda reforçou a importância de cautela:
“Hoje, temos que tomar muito cuidado diante de alguns problemas e não ficar falando sem assertividade e sem objetividade. Precisamos nos basear no que está escrito, e não em interpretações ou narrativas”, completou.
Durante a entrevista, Mendes também comentou sobre críticas feitas por parlamentares à delegada Juliana Rado, da Delegacia Estadual de Combate à Corrupção (Deccor), que conduz a investigação. Disse não ter acesso ao inquérito, mas demonstrou solidariedade:
“Eu já fui acusado injustamente e sei como isso pode destruir a vida de uma pessoa. A Justiça me inocentou anos depois, e por isso sempre repudio acusações precipitadas e sem provas.”
Mendes fez referência à Operação Ararath, da qual foi alvo em 2014, enquanto era prefeito de Cuiabá. Em 2017, o processo foi arquivado por falta de provas.  

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