Sobreviventes do acidente com um balão de ar quente, que caiu em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina, relataram os momentos de pânico vividos entre a decolagem e o pouso forçado que deixou oito mortos. Os depoimentos foram exibidos neste domingo (22) pela NSC TV e pelo programa Fantástico.
Segundo as vítimas que conseguiram escapar, os problemas começaram já na tentativa inicial de decolagem. Por conta do vento forte, o grupo precisou trocar de local antes de levantar voo. Mesmo no novo ponto, o balão já apresentava instabilidade.
— No início, o balão estava bem instável — contou Marcel Cunha Batista, gerente de desenvolvimento de software de Florianópolis, que voava ao lado da esposa, Thayse Elaine Broedbeck Batista.
A médica veterinária Laís Campos Paes, de Curitibanos, relatou a insegurança por não ter experiência anterior com esse tipo de passeio.
— A gente nunca tinha voado, a gente nunca tinha nem visto nenhum voo. Então a gente não sabia se aquilo era normal ou não — lembrou.
A situação se agravou cerca de dois minutos após a decolagem, quando um incêndio começou na cabine central do cesto, onde ficava o piloto. De acordo com Marcel, as chamas surgiram no piso, rapidamente alcançando os cilindros de gás instalados ao redor.
Diante da emergência, o piloto Elves Crescêncio ordenou que todos se abaixassem e tentassem manter a calma. Ele tentou lançar o cilindro em chamas para fora do cesto, mas não conseguiu devido à temperatura elevada. Em seguida, avisou que faria um pouso forçado e orientou que os passageiros saltassem assim que tocassem o chão.
— A gente só ia para trás, sentindo aquele calor forte e rezando para que aquele cilindro não estourasse — descreveu Victor Hugo Mondini Correa, companheiro de Laís.
O balão caiu em uma área de mata, e o impacto, seguido das chamas, resultou na morte de oito pessoas, incluindo o piloto. As causas do incêndio e das falhas no voo seguem sendo investigadas pelas autoridades aeronáuticas.