O deputado estadual Wilson Santos (PSD) classificou nesta quarta-feira (18) como um verdadeiro “estupro coletivo” a situação enfrentada pelos servidores públicos de Mato Grosso no caso dos empréstimos consignados. Segundo o parlamentar, a ausência de reajuste salarial entre 2019 e 2021 levou os funcionários a um cenário de dificuldade financeira, explorado por bancos, sociedades de crédito e pelo próprio governo estadual.
“O servidor sofreu um estupro coletivo: a MT Desenvolve violou quando não fiscalizou essa relação; a Seplag machucou quando não fez o controle dos consignados; os pequenos bancos, sociedades de crédito e agora o Banco do Brasil, todos aproveitaram dessa situação calamitosa financeira do servidor pra arrancar um pedaço”, afirmou Wilson, durante entrevista à imprensa.
Questionado sobre não ter assinado nenhum dos requerimentos de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o tema, o deputado disse que a investigação já estaria em andamento, mesmo sem a formalização. “Não assinei porque a CPI já estou fazendo. Só não enxerga quem não tem olhos. A CPI já está sendo feita. Todos serão convocados, todos serão chamados, ninguém que teve relação com os consignados ficará de fora”, garantiu.
O caso ganhou repercussão no mês passado, após denúncias de irregularidades e relatos de práticas abusivas em contratos consignados firmados com servidores estaduais. A pressão pública levou o governo de Mato Grosso a suspender temporariamente novas operações dessa natureza.
Além disso, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou que todas as instituições financeiras apresentem até o próximo dia 30 os contratos assinados com funcionários públicos. O Procon Estadual também identificou pelo menos 16 irregularidades em operações de crédito consignado, o que reforçou a necessidade de apuração mais ampla.