A ONG Tampatinhas Cuiabá, conhecida por sua atuação em defesa de animais domésticos, entrou com um pedido formal na Justiça para ser reconhecida como assistente de acusação no caso que envolve Larissa Karolina Silva Moreira, nome social de Junior Silva Moreira, de 28 anos, presa por maus-tratos após a morte de pelo menos quatro gatos adotados por ela.
Segundo o documento protocolado nesta terça-feira (17), a ONG afirma ter sido a primeira a identificar o padrão criminoso que resultou na morte dos felinos, um deles inclusive sob tutela direta da instituição. Os corpos dos animais foram encontrados em um terreno baldio no bairro Porto, em Cuiabá, próximo à residência da acusada.
A presidente da Tampatinhas, Kelly Adriany de Lima Rondon, alega que a organização foi enganada, tendo confiado os cuidados de um dos gatos à acusada, que teria agido de forma premeditada para obter os animais e submetê-los a condições de sofrimento e morte. Diante disso, a entidade busca atuar ao lado do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT) na responsabilização penal da suspeita.
“A ONG não foi mera espectadora. Foi enganada e sofreu dano moral e material ao ver um animal, que estava sob sua proteção, ser entregue a um cenário de tortura e morte”, diz um trecho da petição.
A Polícia Civil apura ainda a possível prática do crime de zoofilia contra os gatos, após a equipe da Delegacia Especializada de Meio Ambiente (DEMA) encontrar indícios de violência sexual nos corpos dos animais. Na casa de Larissa, um lençol com vestígios de sangue foi apreendido, além de ração felina e um filhote de cachorro, sem que houvesse qualquer gato no local.
Larissa foi presa em flagrante e teve a prisão convertida em preventiva após audiência de custódia. Seu namorado, que também estava sendo investigado, foi liberado por colaborar com as investigações.
Agora, a Justiça deve decidir se a Tampatinhas poderá atuar oficialmente como assistente de acusação no processo.