Com 346 votos, Câmara aprova urgência para barrar aumento do IOF e impõe derrota ao governo Lula

A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta segunda-feira (16) o requerimento de urgência para o Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que pretende sustar o recente aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), decretado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O placar foi expressivo: 346 votos a favor e apenas 97 contrários — um resultado considerado simbólico da fragilidade política do Palácio do Planalto na Casa.

A urgência precisava de 257 votos para ser aprovada. A base governista, contudo, não conseguiu sequer reunir 100 votos contrários, o que gerou apreensão mesmo entre aliados próximos. A votação evidenciou que o descontentamento com a condução econômica e política do Executivo vai além da oposição tradicional e atinge também setores da própria base parlamentar.

“Foi uma votação bastante expressiva, que mostra o descontentamento do Parlamento e o recado que agora foi dado ao governo federal”, afirmou o jornalista Pedro Figueiredo, da GloboNews, durante a cobertura da sessão.

Com a aprovação da urgência, o PDL pode agora ser votado diretamente em plenário, sem precisar passar pelas comissões temáticas. Embora o mérito da proposta ainda não tenha sido analisado, a decisão representa um revés estratégico para o Executivo e sinaliza dificuldades para a continuidade do pacote fiscal defendido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O governo chegou a editar um novo decreto na tentativa de conter a reação do Congresso, reduzindo parte das alíquotas, mas manteve os aumentos em operações como compra de moeda estrangeira e uso de cartão de crédito no exterior — pontos duramente criticados por parlamentares de diversas correntes políticas.

A derrota desta segunda-feira aprofunda o mal-estar entre o Legislativo e o Planalto e levanta dúvidas sobre a capacidade do governo de manter sua agenda econômica intacta diante da crescente pressão política.

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