Free Shop em Cáceres é lei: irmãos Catelan celebram virada na economia da região

 

Nesta quarta-feira (4), Cáceres dá um passo histórico para sua economia com a assinatura da lei estadual que autoriza a instalação da primeira loja franca (Free Shop) do município. O ato será realizado às 7h30, na Casa do Daveron, com a presença do governador Mauro Mendes (União), do presidente da Assembleia Legislativa, Max Russi (PSB), e do deputado estadual Valmir Moretto (Republicanos).
Mas o protagonismo da conquista tem  em seu capitulo, os nomes e sobrenome: Ledson, Luciano  Catelan. Foram os irmãos Catelan que, desde 2020, encabeçaram o processo de viabilização do Free Shop. A luta envolveu inúmeras reuniões com o então secretário de Fazenda Rogério Gallo, com o vice-governador Otaviano Pivetta e, por fim, com o próprio governador.
“Foi uma luta silenciosa — feita com passos de formiga, enfrentando portas fechadas, ceticismo e até deboche”, recorda, emocionado, o advogado Ledson Catelan.
“Hoje reacendemos a esperança. Hoje gritamos alto: Cáceres está de volta ao seu protagonismo”, Pontua Luciano Catelan.
A conquista, segundo eles, vai muito além da política — é fruto da mobilização técnica, social e econômica da sociedade cacerense. A expectativa é que o empreendimento comece a ser construído ainda este ano, com inauguração prevista para o primeiro semestre de 2026.
A loja franca será a única do tipo em Mato Grosso, com produtos importados vendidos sem cobrança de impostos — modelo já consolidado em cidades como Foz do Iguaçu e Dionísio Cerqueira. De cidade-gêmea à regulamentação estadual O ponto de partida veio em 2019, quando Cáceres foi reconhecida como cidade-gêmea de San Matías (Bolívia) por meio de portaria federal durante o governo Jair Bolsonaro.
A medida habilitou o município a operar com lojas francas, sendo complementada pela Lei Municipal nº 2.810, sancionada no mesmo ano. Ainda assim, a burocracia estadual travou o processo.
“Logo que soubemos do reconhecimento, fizemos o caminho inverso: buscamos investidores antes mesmo de levar a proposta ao Governo. Mas, mesmo com a lei federal e municipal, ouvimos que o Estado iria cobrar impostos”, explica Ledson.
A partir daí, os irmãos Catelan articularam apoio com a Associação Comercial de Cáceres, a CDL, sindicatos, empresários e comerciantes locais.
“O envolvimento da sociedade foi fundamental. Precisávamos mostrar que não era um projeto de gabinete, mas um desejo coletivo de transformação econômica”, complementa Luciano Catelan. Viagens, estudos e persistência Para embasar o projeto, os irmãos realizaram visitas técnicas a municípios que já operam o modelo, como Foz do Iguaçu (PR), Barracão do Sul (PR), Dionísio Cerqueira (SC) e até Puerto Yguazú, na Argentina.
Também entregaram relatórios técnicos e pareceres jurídicos ao Governo de Mato Grosso, reforçando a viabilidade econômica da proposta. “Estávamos lá, lado a lado: sindicatos, comerciantes, investidores, sonhando juntos. O que era para ser uma simples reunião virou um momento histórico. Uma celebração da força de Cáceres”, resume Ledson.
Novo capítulo:
Os irmçaos já se organizam para prestar assessoria a investidores Com a regulamentação finalmente garantida, os irmãos Catelan já se preparam para a próxima etapa: a abertura de uma consultoria especializada em apoiar investidores interessados em montar lojas francas em Cáceres.
“Nossa missão não termina com a lei assinada. Agora vamos ajudar quem quiser empreender aqui, seja no setor de importação, logística, ou varejo de alto valor agregado”, anuncia Luciano.
A equipe deve oferecer suporte jurídico, contábil, estratégico e logístico a empresários que desejam se instalar na nova fronteira comercial do Centro-Oeste. Impacto regional Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), a loja franca de Cáceres deve atrair consumidores de até 400 quilômetros de distância, incluindo turistas bolivianos, fortalecendo o comércio, a hotelaria, o setor gastronômico e os serviços em geral. “
Não é só uma loja. É uma nova matriz econômica, que traz emprego, turismo, arrecadação e autoestima para o povo cacerense”, finaliza Ledson Catelan.

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