O prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos (Podemos), está entre os alvos da 9ª fase da Operação Sisamnes, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (30). A ação tem como foco aprofundar as investigações sobre um suposto esquema criminoso de vazamento e venda de informações sigilosas de operações da PF — e levanta suspeitas sobre a participação do chefe do Executivo municipal.
Segundo a apuração, os investigados teriam tido acesso antecipado a detalhes sensíveis de operações policiais, o que teria comprometido o sucesso de medidas judiciais sigilosas. A Polícia Federal também apura se houve concessão de privilégios ilegais a um dos envolvidos, que já está preso no âmbito da mesma investigação.
A atuação do prefeito Eduardo Siqueira no suposto esquema ainda não foi detalhada pelas autoridades, mas a inclusão de seu nome no rol de alvos sinaliza o avanço das investigações para figuras de alta relevância política.
Por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF), foram cumpridos três mandados de busca e apreensão em Palmas, além de medidas cautelares como proibição de contato entre investigados e restrição de saída do país, com obrigatoriedade de entrega de passaportes.
A origem da Operação Sisamnes remonta à análise do celular do advogado Roberto Zampieri, morto em Cuiabá em 2023. O aparelho continha indícios de uma rede de venda de decisões judiciais, envolvendo nomes com trânsito no Tribunal de Justiça de Mato Grosso e no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A presença de Eduardo Siqueira Campos entre os alvos da PF coloca pressão sobre a gestão da Prefeitura de Palmas e levanta questionamentos sobre o uso de cargos públicos como instrumentos de influência indevida sobre órgãos do Judiciário e da investigação criminal.