O ex-ministro Aldo Rebelo e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) protagonizaram um embate público neste sábado (24), após um episódio tenso ocorrido na véspera, durante uma audiência no Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, Rebelo foi ameaçado de prisão por desacato pelo ministro Alexandre de Moraes, ao prestar depoimento como testemunha de defesa em ação contra Jair Bolsonaro e aliados, acusados de tentativa de golpe.
A presença de Rebelo e sua postura durante a sessão incomodaram Boulos, que disparou nas redes sociais:
“Aldo Rebelo é uma vergonha. De militante contra a ditadura virou lacaio de golpista. Já que ele gosta tanto de semântica, deveria orientar seus estudos para o conceito de ‘decadência’, que ele simboliza como ninguém”.
A resposta de Aldo veio com ironia e provocação política:
“Boulos, você ainda não se recuperou da surra que levou do povo de São Paulo na última eleição? É muita mágoa. Pegue um rumo, pare com mimimi e chororô. Fica a dica”.
A troca de farpas expôs um racha entre setores da esquerda e antigos aliados. Rebelo, que já foi do PCdoB e do PDT, rompeu com parte do campo progressista ao se alinhar ao atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), em 2020 — mesmo com sua antiga legenda apoiando a candidatura de Boulos.
O atrito também reacende o debate sobre os limites e tensões institucionais nas audiências do STF. Na sexta-feira (23), Moraes interrompeu o depoimento de Aldo e o advertiu com tom firme:
“Se o senhor não se comportar, o senhor será preso por desacato”.
Aldo prestava depoimento sobre o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, acusado de participar de articulações golpistas em 2022, após a derrota de Bolsonaro nas eleições. Moraes questionou a imparcialidade de Rebelo e reagiu com dureza diante de evasivas.
