Investigado por calote milionário em formaturas, empresário tenta deixar prisão após se entregar à polícia

 

O empresário Márcio Júnior Alves do Nascimento, um dos principais suspeitos por ter deixado mais de mil estudantes sem cerimônia de formatura em Mato Grosso e outros estados, protocolou nesta quinta-feira (22) um pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), buscando revogar sua prisão preventiva. Ele e a esposa, Eliza Severino, respondem a investigação que apura um prejuízo estimado em R$ 7 milhões decorrente do encerramento abrupto das empresas Imagem Eventos e Graduar Fotografia.

Defesa argumenta prisão desnecessária

O advogado de Márcio, Wander Martins Bernardes, sustenta que o empresário tem residência fixa, é réu primário e pai de uma criança de quatro anos, que depende de seus cuidados. Na petição ao TJMT, Bernardes também ressaltou que seu cliente se apresentou voluntariamente à Delegacia do Consumidor, em Cuiabá, entregou o celular com senha de acesso e colaborou em depoimento de mais de três horas.

Segundo a defesa, não há risco de fuga ou ocultação de provas, e Márcio estaria disposto a cumprir medidas cautelares — como proibir contato com vítimas e testemunhas — até o julgamento do mérito. Ele nega qualquer intenção fraudulenta e atribui o cancelamento das cerimônias a fatores como inadimplência de clientes, alta de custos de fornecedores e consequências da pandemia.

Polícia vê indícios de estelionato

Em contrapartida, a Polícia Civil, por meio da Operação Ilusion, sustenta que o fechamento das atividades das empresas foi planejado e antecedido por manobras para maximizar receitas, configurando potencial esquema de estelionato. Os investigadores apontam que circulares e contratos continuaram sendo emitidos mesmo após as empresas não terem mais estrutura para realizar os eventos contratados.

A investigação está em fase final e a conclusão do inquérito foi prevista para até o fim da próxima semana. Enquanto isso, Márcio permanece detido na expectativa da decisão do TJMT.

Prisão mantida em audiência

Horas após se entregar, Márcio passou por audiência de custódia na Central de Audiência de Custódia de Cuiabá, onde a juíza Fernanda Kobayashi decidiu manter a prisão preventiva, sob o argumento de proteger a instrução criminal e garantir a ordem pública.

O caso segue agora sob análise do Tribunal de Justiça, que deve definir se acata ou não as razões apresentadas pela defesa para conceder a liberdade provisória.

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