Polícia Civil resgata vítimas de tortura e frustra tribunal do crime em Tapurah

 

Três trabalhadores foram resgatados pela Polícia Civil de Mato Grosso na noite desta quarta-feira (14.5), após serem torturados por membros de uma facção criminosa no alojamento de uma empresa localizada no bairro Florais, em Tapurah (433 km de Cuiabá). A ação rápida da equipe policial evitou que os crimes resultassem em assassinatos. Três suspeitos foram presos em flagrante.

A operação começou após uma denúncia anônima relatar que indivíduos armados haviam invadido o local e estavam ameaçando os funcionários da empresa. Segundo as vítimas, os criminosos os retiraram do alojamento à força, levaram para o quintal e iniciaram um interrogatório sob a suspeita de que pertenceriam a uma facção rival.

Durante a sessão de tortura, os agressores fizeram videochamadas com líderes da organização criminosa, possivelmente detidos em presídios, e tomaram os celulares das vítimas, obrigando-as a desbloquear os aparelhos sob ameaça de morte. O caso segue um padrão identificado como “tribunal do crime”, usado por facções para julgar e executar rivais.

Com base nas informações repassadas, os investigadores localizaram o endereço e realizaram a abordagem no momento em que o crime ainda estava em andamento. Os suspeitos tentaram resistir à prisão e um deles chegou a quebrar o próprio celular durante uma chamada de vídeo para tentar apagar provas.

As vítimas foram resgatadas ilesas, e os três criminosos encaminhados à Delegacia de Polícia de Tapurah, onde foram autuados em flagrante por tortura.

Segundo o delegado Artur Almeida, crimes semelhantes têm se tornado frequentes na região, com métodos violentos como sequestros, assassinatos e ocultação de cadáveres. “O modus operandi é o mesmo: as vítimas são submetidas a julgamentos sumários por líderes presos, durante videochamadas”, explicou.

A ação integra a Operação Inter Partes, dentro do programa estadual Tolerância Zero, coordenado pela Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso, com o objetivo de desarticular facções criminosas em todo o estado.

A Polícia Civil reforça que denúncias anônimas são essenciais para o combate ao crime organizado e podem ser feitas por meio do 197.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *