O Conselho Universitário da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) aprovou, por unanimidade, a adoção de cotas para pessoas trans, travestis e não-binárias em seus cursos de graduação. A decisão representa um avanço na inclusão e no reconhecimento da diversidade dentro do ambiente acadêmico.
A medida foi aprovada na última terça-feira (1º), após um processo de articulação entre a reitoria, alunos e movimentos sociais, incluindo o Ateliê TransMoras e o Núcleo de Consciência Trans. O professor José Alves Neto, coordenador da Comissão Permanente para os Vestibulares (Comvest) e membro do grupo de trabalho responsável pela proposta, destacou a relevância da iniciativa: “Trata-se de mais um momento histórico para nossa universidade”. O grupo de trabalho contou com 15 integrantes, dos quais sete se identificam como trans.
As novas vagas estarão disponíveis no edital Enem-Unicamp e poderão ser disputadas por candidatos de escolas públicas e privadas. Para cursos com até 30 vagas, ao menos uma será reservada para essa população, enquanto nos cursos com 30 vagas ou mais, serão ofertadas pelo menos duas vagas, sejam elas regulares ou adicionais.
O processo de seleção incluirá uma autodeclaração no momento da inscrição no vestibular, além da exigência de um relato de vida, que será avaliado por uma comissão de verificação. Após cinco anos da implementação da política, a Unicamp realizará uma análise para avaliar seus impactos e possíveis ajustes.
De acordo com a Comvest, no vestibular deste ano, 279 candidatos se inscreveram utilizando nome social. Desses, 40 foram convocados, sendo os cursos mais procurados artes visuais, ciências biológicas e medicina.
Com essa decisão, a Unicamp se junta a outras 13 universidades federais e estaduais que já adotam políticas de inclusão semelhantes para pessoas trans, travestis e não-binárias, reafirmando seu compromisso com a diversidade
