Líder do Comando Vermelho é condenado a 12 anos por tentativa de fuga em massa da PCE

 

João Batista de Vieira dos Santos, conhecido como “Tatu da PCE”, foi condenado a 12 anos e seis meses de prisão pelos crimes de associação criminosa e facilitação de fuga de presos. A decisão, proferida em 11 de fevereiro pelo juiz Jean Garcia de Freitas Bezerra, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, leva em conta seu envolvimento na construção de um túnel que serviria para a fuga de detentos da Penitenciária Central do Estado (PCE), em Mato Grosso.

Plano frustrado e condenação

O Ministério Público de Mato Grosso apontou que João Batista foi o mentor da tentativa de fuga dos líderes do Comando Vermelho da PCE. O esquema foi descoberto em setembro de 2022 e levou à deflagração da Operação Armadillo, em janeiro de 2023, pela Gerência de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil de Mato Grosso. Durante a operação, 21 pessoas envolvidas foram presas.

Na sentença, o juiz destacou os múltiplos antecedentes criminais de João Batista e a gravidade da tentativa de fuga, que envolveu investimentos milionários, contratação de agentes de outras regiões e uso de maquinário especializado. Embora tenha sido sentenciado a cumprir pena em regime fechado, o condenado possui um laudo que atesta insanidade mental (psicose) e, por isso, segue em tratamento ambulatorial até que haja condição para execução da pena.

Investigação e descoberta do túnel

As investigações iniciaram após a descoberta do túnel em setembro de 2022. O local de escavação estava dentro de uma residência no bairro Jardim Industriário, em Cuiabá, e se dirigia diretamente a um dos pavilhões da PCE. Durante as buscas, foram apreendidos equipamentos como GPS, maquinários para bombeamento de água e retirada de terra.

O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil constataram que o túnel possuía estrutura reforçada, escoras e iluminação, com mais de 40 metros de extensão. Segundo as investigações, a operação foi comandada por João Batista, com apoio de Anderson Ramos da Cruz, conhecido como “Engenheiro”, responsável pelo financiamento do esquema e monitoramento das escavações. O grupo contratou trabalhadores do Nordeste para realizar o serviço.

 

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