Governo impõe sigilo sobre negociações da J&F na Venezuela

 

O Ministério das Relações Exteriores determinou sigilo de cinco anos sobre telegramas diplomáticos que mencionam os empresários Joesley e Wesley Batista e suas negociações na Venezuela. Os documentos, solicitados pelo jornal O Globo, incluem comunicações entre o Itamaraty e a Embaixada do Brasil em Caracas, abordando temas como a holding J&F – que controla a JBS e a Âmbar Energia – e um encontro com a estatal petrolífera PDVSA.

 

A decisão de manter as informações restritas foi tomada pela embaixadora do Brasil na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira. Para justificar a medida, ela citou a Lei de Acesso à Informação (LAI), que permite restringir dados que possam comprometer negociações diplomáticas ou que tenham sido fornecidos sob confidencialidade por outros países ou organismos internacionais.

 

Nos últimos anos, o grupo J&F tem expandido sua atuação no setor de óleo e gás. Em 2023, adquiriu a petroleira Fluxus e passou a buscar oportunidades na Venezuela e no Peru. Além disso, em abril do mesmo ano, o Ministério de Minas e Energia autorizou a Âmbar Energia a negociar a compra de eletricidade venezuelana. Em outubro, a empresa assumiu o controle da distribuidora de energia do Amazonas.

 

Entre os documentos classificados como sigilosos está o registro de uma reunião realizada em 27 de fevereiro de 2023 com Pedro Tellechea, então ministro do Petróleo e presidente da PDVSA. No entanto, o Termo de Classificação da Informação não detalha os participantes do encontro nem os temas discutidos.

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