O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de R$ 7 milhões das contas do lobista cuiabano Andreson de Oliveira Gonçalves. A medida também envolve a sua esposa, a advogada Mirian Ribeiro Rodrigues de Mello Gonçalves.
Zanin é relator da investigação e autor da autorização para a deflagração da Operação Sisamnes, ontem (26), que teve Mato Grosso como um dos alvos. O casal foi alvo de mandados de busca e apreensão no âmbito da operação da Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de venda de decisões judiciais.
O esquema envolveria advogados, lobistas, empresários, assessores, chefes de gabinete e magistrados. Anderson foi preso na operação por ordem de Zanin.
Conforme trecho da decisão, o ministro determinou o bloqueio de R$ 6 milhões das contas pessoais de Anderson e de cinco empresas nas quais ele figura como sócio.
As empresas são: Florais Transportes Eireli, Bioflex Agroindústria Energia Renovável Ltda., Florais Táxi Aéreo Ltda., Agropecuária 3 Amigos Ltda. e Coimbra Empreendimentos Imobiliários Lltda.
A decisão cita que Anderson teria participado de 12 supostos crimes relatados no inquérito da Polícia Federal. Já Mirian Gonçalves teve as contas bloqueadas em R$ 1 milhão.
A OPERAÇÃO – As casas e os gabinetes dos desembargadores Sebastião de Moraes Filho e João Ferreira Filho foram vasculhados pela PF na manhã de terça-feira (26).
Ambos estão afastados desde agosto, por decisão do CNJ, por suspeitas no suposto esquema de venda de sentenças.
Ainda foram alvos de busca e apreensão o advogado de Mato Grosso Flaviano Kleber Taques Figueiredo; o empresário do setor de mineração Valdoir Slapak; um dos seus sócios Haroldo Augusto Filho; o filho do desembargador Sebastião, Mauro Thadeu Prado de Moraes; o ex-assessor do desembargador Sebastião, o advogado Rodrigo Vechiato da Silveira; o servidor do TJ-MT, Rafael Macedo Martins; Victor Ramos de Castro; e o escritório do advogado Roberto Zampieri (já falecido).
As ordens de busca e apreensão foram cumpridas pela PF em Mato Grosso, Pernambuco e no Distrito Federal.
A PF investiga crimes de organização criminosa, corrupção, exploração de prestígio e violação de sigilo funcional.
FOTO: ROSISENEI COUTINHO/STF