As investigações da Delegacia de Combate à Corrupção (Deccor) que culminaram na deflagração da Operação Gota D’Água pela Polícia Civil na última sexta-feira (20) em Várzea Grande, revelaram que o vereador Pablo Pereira (UB), um dos alvos da ação, exercia forte influência política dentro do Departamento de Água e Esgoto (DAE) do município.
A operação teve como centro das investigações uma quadrilha composta por servidores e ex-servidores da autarquia municipal, que estariam atuando em um esquema de cobranças de propinas por serviços obrigatórios do DAE e também na redução de tarifas.
As investigações da Deccor apontaram que o vereador seria um dos líderes do grupo, juntamente com Alessandro Macaúbas Leite de Campos, diretor comercial do DAE, que também foi preso na operação.
Em um dos casos, o parlamentar tentou barrar a exoneração de um de seus aliados, que era acusado por fraudes no DAE. Como não conseguiu evitar a demissão, o vereador então indicou outra pessoa, que acabou contratada pela autarquia.
Segundo trecho do inquérito da Polícia Civil, o ex-servidor A. S. P, que seria o “protegido” de Pablo Pereira no DAE-VG, teria inserido informações falsas por duas vezes, em janeiro deste ano, no Sistema Integrado de Gestão de Serviços de Saneamento (GSAN), recebendo pelo ilícito uma propina de R$ 7 mil.
Após a descoberta do ilícito, conforme as investigações, Carlos Alberto Simões de Arruda, presidente da autarquia municipal, decidiu demitir o servidor e comunicou o ato a Alessandro Macaúbas, diretor comercial do DAE e um dos envolvidos no esquema.
No dia seguinte, segundo relato do presidente do DAE nos autos, Pablo Pereira foi até sua sala junto com o diretor comercial para tentar barrar a demissão de A. S. P. “Na ocasião, Pablo chegou a mencionar que, com essa exoneração, perderia 30 (trinta) votos. Alessandro também se opôs à exoneração. Ambos lhe disseram que as controladoras do DAE perseguiam o Setor Comercial da autarquia”, disse o presidente do DAE em depoimento.
Depois desse dia, o vereador esteve novamente em outra ocasião no Departamento, tentando evitar a exoneração de seu aliado e pedindo que exonerasse uma servidora do DAE, que também foi indicada por ele, para colocar outra pessoa no lugar. Contudo, os dois pedidos foram negados.
A. S. P foi exonerado em 31 de janeiro deste ano. Dias após a efetivação da exoneração, o “apadrinhado político” foi nomeado por Pablo Pereira em seu gabinete na Câmara de Várzea Grande, no cargo de assessor parlamentar.
Pablo Pereira foi solto na segunda-feira (23) por meio de decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
FOTO: PREFEITURA DE VÁRZEA GRANDE
fonte redação com unica news