
A vereadora Edna Sampaio (PT) expressou forte crítica aos cinco deputados federais bolsonaristas que votaram pela libertação de Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), preso preventivamente sob suspeita de envolvimento no assassinato de Marielle Franco, em 2018. Para Edna, usar a imunidade parlamentar para defender a soltura do deputado é inaceitável, e ela acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de ter impedido investigações ao longo de seu mandato.
A decisão de manter a prisão de Brazão foi aprovada com 277 votos a favor, 129 contra e 28 abstenções. Dos deputados de Mato Grosso, a “tropa” do PL – Abílio Júnior, Amália Barros, Coronel Fernanda e José Medeiros –, além de Coronel Assis (União), seguiram a orientação de seus partidos. Já os deputados Emanuelzinho (MDB), Gisela Simona (União) e Juarez Costa (MDB) votaram com a maioria.
Os bolsonaristas justificaram seus votos alegando a ausência de flagrante, a natureza do crime (obstrução de Justiça), que não seria inafiançável, e a suposta violação das prerrogativas do Congresso pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao decretar a prisão.
No entanto, Edna refutou esses argumentos. “É lamentável que a bancada de Mato Grosso tenha votado pela liberação de um miliciano, suposto mandante do assassinato da vereadora Marielle, sob a alegação de imunidade parlamentar. Um deputado pode ser cassado a qualquer momento se liberar? Não é verdade”, afirmou.
Ela criticou veementemente o uso da imunidade parlamentar para proteger um criminoso, especialmente em um caso tão grave como o assassinato de um agente público eleito. Edna ainda destacou que a própria Polícia Federal apontou a atuação de agentes para atrapalhar as investigações e acusou Bolsonaro de ser um dos responsáveis pelo atraso no desfecho do caso.
“A investigação demorou seis anos para descobrir os verdadeiros mandantes do assassinato, pois durante o governo Bolsonaro, a PF foi impedida de investigar o caso. Só foi possível avançar quando o governo mudou e a PF foi tratada de forma respeitosa”, completou a vereadora.
Edna encerrou sua fala expressando a esperança de que o voto pela liberdade de Brazão tenha consequências nas urnas em 2026, quando os deputados poderão buscar a reeleição. “Espero que as pessoas pensem melhor na hora de votar, não apenas naqueles que defendem a ‘modinha’, mas sim em quem realmente defende nossos interesses”, concluiu.