O ministro Luis Felipe Salomão, do Conselho Nacional de Justiça, revelou que o assassinato do advogado Roberto Zampieri pode ter relação com decisões da Justiça de Mato Grosso. O profissional foi assassinado a tiros aos 59 anos em frente ao seu escritório em Cuiabá em dezembro passado.
A informação foi divulgada em um despacho no âmbito de uma reclamação disciplinar contra o juiz Wladymir Perri, da 12ª Vara Criminal de Cuiabá, onde o processo tramita.
De acordo com Salomão, o magistrado teria confiscado o conteúdo do celular de Zampieri e deslacrado documentos do advogado sem a presença de autoridades competentes.
O ministro citou ainda que o Ministério Público Estadual de Mato Grosso aponta que o crime pode ter sido encomendado após uma decisão no Tribunal de Justiça.
O Desembargador Sebastião de Moraes Filho, do TJMT, teria sido o ‘estopim’ para a ordem de execução da vítima.
No despacho, o ministro negou o pedido da viúva do advogado e da OAB para a devolução do celular de Zampieri, alegando que os dados estão guardados no CNJ de forma segura e que serão utilizados apenas para investigações relacionadas a possíveis faltas funcionais praticadas por magistrados.
O crime chocou a cidade de Cuiabá e, em fevereiro deste ano, três suspeitos foram tornados réus pelo Ministério Público Estadual.
Antônio Gomes da Silva, Hedilerson Fialho Martins Barbosa e Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas estão sendo acusados de envolvimento no assassinato do advogado.
A investigação continua em andamento.
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