Servidores da saúde de Cuiabá mantêm assembleia e discutem indicativo de greve

Mesmo diante de ameaças de Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e da possibilidade de terceirização de serviços de saúde anunciadas pelo prefeito de Cuiabá, Abilio Brunini (PL), os sindicatos que representam os trabalhadores da Secretaria Municipal de Saúde decidiram manter a assembleia-geral marcada para esta segunda-feira (13), às 17h. O encontro discutirá o indicativo de greve da categoria.

A decisão ocorre após, segundo os sindicatos, a prefeitura descumprir acordos firmados em reunião com o Ministério Público e lideranças sindicais na última semana.

Em entrevista, o presidente do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sindispen), Dejamir Soares, classificou as declarações do prefeito como tentativa de intimidação aos servidores.

“Saímos da reunião certos de que não haveria assembleia nem indicativo de greve. Mas logo depois, o prefeito mudou o discurso e disse que iria pagar a insalubridade sobre o A1. Isso não foi o que ficou acordado”, relatou.

De acordo com Soares, o entendimento firmado previa que, com a prorrogação do prazo, não haveria necessidade de medidas imediatas como redução de insalubridade ou alteração salarial. A mudança repentina de posição, segundo ele, surpreendeu as lideranças sindicais.

O sindicalista também criticou o tom adotado pelo prefeito nas declarações públicas, apontando que as ameaças de PAD e terceirização seriam formas de coagir os servidores e desestimular a mobilização.

“Ele tem o direito de recorrer à Justiça, mas quem está descumprindo o acordo é ele, não os trabalhadores. A greve envolve toda a saúde, de maqueiro a médico, não apenas a enfermagem, como ele tenta colocar”, afirmou.

Dejamir reforçou que a categoria não deseja paralisar os serviços, mas exige respeito aos acordos e manutenção dos direitos trabalhistas.
“Nós não queremos greve. Queremos resolver o problema. Mas não dá para aceitar perder quase 30% do salário. O TAC não fala em corte do salário básico em momento algum. O que está acontecendo é que a prefeitura não pagou metade do 13º no aniversário e agora, com o caixa apertado, tenta compensar cortando da saúde”, disse.

A assembleia reunirá todos os sindicatos ligados à Secretaria Municipal de Saúde, incluindo o Sindicato dos Servidores Públicos de Cuiabá, o Sindicato dos Médicos, o Sindicato dos Odontólogos e os trabalhadores de Saúde Bucal, e deve definir os próximos passos do movimento.

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