A ex-senadora por Mato Grosso, Serys Slhessarenko, participou no último domingo (21) do ato contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem e o projeto de lei da Anistia, aprovados recentemente na Câmara Federal. Mesmo em recuperação de um acidente que a levou a colocar um enxerto no fêmur, Serys caminhou cerca de dois quilômetros, na Praça Cultural do CPA II, para se juntar aos manifestantes.
Durante a manifestação, a ex-parlamentar não poupou críticas aos políticos de Mato Grosso, que votaram favoravelmente às propostas. Para ela, a chamada “PEC da Blindagem” é, na verdade, uma “PEC da pouca vergonha”, destinada a proteger parlamentares de crimes e investigações. “Eles acreditam que são seres superiores que podem cometer o crime que quiserem. Estão lá representando apenas interesses pessoais. Para mim, é da bandidagem, não é da blindagem”, disparou.
Segundo Serys, a proposta abre caminho para que o crime organizado se infiltre ainda mais no Congresso, blindando poderosos e deixando a população exposta. “Você pode matar, pode estuprar, pode roubar, pode fazer todo ato de corrupção, mas está blindado. E o povo que te colocou lá fica levando chumbo”, criticou.
Apesar da indignação, a ex-senadora demonstrou confiança de que a PEC será barrada no Senado, especialmente na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), da qual já fez parte. “Vai ser derrotada no Senado. Não vai passar. É uma barbaridade que não tem como prosperar”, afirmou.
Serys também avaliou o atual Congresso como “o pior da história”, alegando que deputados e senadores estariam mais preocupados com benefícios pessoais do que em legislar pelo país. Quanto ao projeto de anistia, classificou a proposta como “imoral” e “indecente”, criada para atender a interesses específicos.
Por fim, destacou que os atos realizados em diversas capitais mostraram que a população começa a reagir. “Nós demos uma resposta boa. Todas as capitais se movimentaram. No Rio de Janeiro e em São Paulo, aqueles que realmente são oprimidos tiveram coragem de ir à luta e assumir essa belíssima manifestação”, concluiu.