Projeto de anistia passa pela urgência e avança na Câmara Federal

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (17) o regime de urgência para o Projeto de Lei que prevê anistia a pessoas condenadas por atos golpistas cometidos a partir de 30 de outubro de 2022. Com a aprovação da urgência, a tramitação será acelerada e o projeto poderá ser votado diretamente no plenário, sem passar por comissões.

A votação terminou com 311 votos a favor, 163 contrários e 7 abstenções. Para aprovar a urgência, os deputados usaram um projeto já existente do deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ). Isso não significa que este será o texto final, que ainda precisa ser definido.

O que se sabe até o momento é que o projeto final deve reduzir penas, mas não perdoar condenações, podendo incluir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo STF a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que ainda haverá debates sobre o conteúdo do texto. O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) é cotado para ser o relator do projeto, devido à proximidade com o STF, o governo e o Centrão.

Como votaram os partidos

Partidos majoritariamente a favor da urgência:

  • PL: 85 votos

  • União Brasil: 49 votos

  • PP: 43 votos

  • PSD: 28 votos

  • Republicanos: 40 votos

  • Podemos: 12 votos

  • PSDB: 10 votos

  • Avante: 6 votos

  • Solidariedade: 4 votos

  • PRD: 5 votos

  • Novo: 5 votos

  • Cidadania: 3 votos

Partidos majoritariamente contra a urgência:

  • PT: 66 votos

  • PSB: 12 votos

  • PDT: 13 votos

  • PSOL: 14 votos

  • PCdoB: 9 votos

  • PV: 4 votos

  • Rede: 1 voto

Detalhes do projeto

O texto aprovado para a urgência estabelece que:

“Ficam anistiados todos os que participaram de manifestações com motivação política e/ou eleitoral, ou as apoiaram, por quaisquer meios, inclusive contribuições, doações, apoio logístico ou prestação de serviços e publicações em mídias sociais e plataformas, entre o dia 30 de outubro de 2022 e o dia de entrada em vigor desta lei.”

Ainda não está definido se a anistia incluirá o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas a expectativa é que o projeto final seja mais ameno do que o texto original.

Próximos passos

A votação da urgência foi articulada por líderes da oposição junto ao presidente da Câmara. Com a aprovação, o relator poderá apresentar uma versão do projeto para buscar consenso na Casa. Hugo Motta defendeu a discussão, afirmando que o Brasil precisa de “pacificação” e diálogo entre diferentes forças políticas.

O governo minimiza a derrota inicial e aposta em um texto final mais conciliador, embora a estratégia seja considerada arriscada e divisiva dentro da base aliada.

 

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