A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12) Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como o “Careca do INSS”, e o empresário Maurício Camisotti, durante uma operação contra fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). As investigações estimam um prejuízo de R$ 6,3 bilhões em recursos desviados de aposentadorias e pensões ao longo de cinco anos.
Segundo a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU), Antunes atuava como lobista e facilitador do esquema, articulando o pagamento de propina a servidores para obter dados de beneficiários. Já Camisotti, preso em São Paulo, é suspeito de ser sócio oculto de uma das entidades de fachada usadas no golpe e de lucrar diretamente com os desvios.
Como funcionava a fraude
O grupo investigado fraudava descontos em benefícios previdenciários por meio de associações controladas por idosos, pessoas de baixa renda ou aposentados por incapacidade. Entre os métodos identificados estão:
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falsificação de assinaturas para autorizar descontos;
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inserção irregular de cobranças em contracheques de aposentados;
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repasse de vantagens indevidas a dirigentes e servidores do INSS.
Operação e bens apreendidos
As apurações começaram em 2023 na CGU, em caráter administrativo, e foram repassadas à PF em 2024, após a constatação de indícios criminais. O caso levou à demissão do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, em abril deste ano.
Durante a operação, autorizada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal. A PF apreendeu bens de luxo, incluindo uma Ferrari.
Antunes foi levado para a Superintendência da PF em Brasília, onde também ocorreram buscas em sua residência. As investigações mostram que ele transferiu R$ 9,3 milhões para pessoas ligadas a servidores do INSS entre 2023 e 2024. No caso de Camisotti, a Polícia Federal realizou diligências em sua casa e escritório, na capital paulista.
Além dos dois, agentes federais cumpriram mandados no escritório do advogado Nelson Willians, em São Paulo. Até o momento, as defesas dos investigados não se manifestaram.