O voto do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), pela condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete integrantes do chamado “núcleo crucial” da suposta trama golpista, repercutiu amplamente na imprensa internacional nesta terça-feira (9).
Agências e jornais internacionais destacaram a declaração de Moraes, que classificou Bolsonaro como o “líder de um grupo criminoso” responsável por tentar anular o resultado das eleições de 2022. A agência Reuters, que publicou a informação também no jornal argentino La Nación, enfatizou as acusações envolvendo planos para envenenar o presidente Lula e seu vice, além de assassinar o próprio ministro-relator.
O jornal britânico The Guardian e a revista Forbes México destacaram que a trama tinha como “objetivo muito claro” burlar o sistema de freios e contrapesos do Judiciário e manter o grupo no poder.
O El País, da Espanha, classificou o julgamento como histórico, mas ressaltou que ele não erradica a radicalização no Brasil. Já a BBC e a agência espanhola EFE enfatizaram a pressão crescente sobre Bolsonaro, destacando que o plano de atentado contra Lula e Moraes está “amplamente comprovado” nos autos do processo.
A Reuters também trouxe à tona o debate sobre a sucessão de Bolsonaro como principal nome da direita brasileira, citando movimentações do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), incluindo visitas a Brasília para ampliar apoio a projetos que beneficiem os condenados pelo 8 de Janeiro.
Segundo a EFE, com os votos dos dois primeiros ministros, Bolsonaro está cada vez mais próximo de ser condenado por conspiração golpista, reforçando a atenção internacional sobre o julgamento e suas implicações para a democracia brasileira.