Casa Branca: sanções ao Brasil foram para defender liberdade de expressão

WASHINGTON – A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, declarou nesta terça-feira (9) que o presidente Donald Trump aplicou tarifas e sanções ao Brasil como parte de uma estratégia para “defender a liberdade de expressão”. Segundo ela, o governo norte-americano não teme recorrer ao “poder econômico e militar” para proteger esse direito em escala global.

A afirmação foi feita durante entrevista coletiva, quando Leavitt foi questionada sobre possíveis novas sanções ao Brasil em razão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF).

Em resposta, a secretária de Imprensa afirmou que a liberdade de expressão “é a questão mais importante do nosso tempo” e que Trump leva o tema a sério, já que também teria enfrentado censura até retornar à Presidência. “É por isso que tomamos ações significativas em relação ao Brasil, na forma de sanções e também utilizando tarifas”, disse.

A embaixada dos EUA no Brasil publicou nas redes sociais o vídeo da fala da porta-voz, mas omitiu o trecho em que ela cita o uso do poder militar. Fontes próximas ao governo americano avaliaram que a declaração teve caráter retórico e não significa que haja intenção concreta de empregar força militar contra o Brasil.

Ainda assim, o uso de medidas econômicas é considerado real. Trump já aplicou tarifas de 50% a produtos brasileiros e avalia sobretaxar o país pelo fato de importar diesel da Rússia, a exemplo do que fez com a Índia.

No momento, o STF julga Bolsonaro e outros sete réus acusados de articular para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Aliados do ex-presidente esperam novas sanções dos EUA caso ele seja condenado, incluindo a cassação de vistos.

Nesta terça, a embaixada americana também replicou uma mensagem crítica ao ministro Alexandre de Moraes, publicada originalmente pelo Departamento de Estado, em que o governo Trump reafirma compromisso de apoiar “o povo brasileiro que busca preservar valores de liberdade e justiça”.

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