Correios triplicam prejuízo e acumulam rombo de R$ 4,37 bilhões no 1º semestre de 2025

Os Correios registraram prejuízo de R$ 4,37 bilhões no primeiro semestre de 2025, número três vezes maior que o contabilizado no mesmo período do ano passado (R$ 1,35 bilhão). Somente no segundo trimestre, o rombo alcançou R$ 2,64 bilhões – quase cinco vezes superior ao resultado negativo de R$ 553 milhões em 2024.

A estatal atribui a crise à retração do segmento internacional, em razão de novas regras para compras de produtos importados, conhecidas como “taxa das blusinhas”. A mudança reduziu o volume de postagens e ampliou a concorrência, impactando diretamente a receita. No mesmo período, a receita líquida caiu de R$ 9,28 bilhões em 2024 para R$ 8,18 bilhões em 2025, enquanto despesas administrativas dispararam de R$ 1,2 bilhão para R$ 3,4 bilhões.

Para enfrentar a situação, a empresa anunciou um plano de contingência que inclui corte de custos, racionalização de despesas e diversificação de serviços. Entre as medidas, estão a criação de um marketplace próprio, a busca por novas fontes de receita e a contratação de uma linha de crédito de R$ 4 bilhões junto ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do Brics.

Outra aposta é o Plano de Desligamento Voluntário (PDV), que deve gerar economia de R$ 1 bilhão por ano. Ainda assim, a empresa se comprometeu a cortar R$ 1,5 bilhão em gastos até o fim de 2025.

O presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, havia pedido demissão em julho, mas atendeu a um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para permanecer no cargo até a escolha de um sucessor – situação inédita na história da companhia.

Desde 2022, os Correios acumulam prejuízos sucessivos, que cresceram de R$ 767 milhões naquele ano para R$ 596 milhões em 2023, R$ 2,59 bilhões em 2024 e agora R$ 4,37 bilhões apenas no primeiro semestre de 2025.

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