Brasileiros rejeitam o cancelamento de vistos dos Ministros do STF

O Instituto IBESPE em parceria com o Grupo BR Call realizou, entre os dias 1º e 3 de agosto de 2025, uma pesquisa nacional para avaliar a percepção da população brasileira sobre o cancelamento, pelos Estados Unidos, dos vistos de oito Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Foram realizadas 1.003 entrevistas presenciais, estratificadas segundo parâmetros do TSE e do IBGE. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais para mais ou para menos, considerando um nível de confiança de 95%.

Os resultados apontam que 50,5% dos brasileiros são contrários à medida, enquanto 37,9% se dizem favoráveis e 11,6% não souberam ou não responderam. A leitura dos dados sugere que, embora exista uma parcela relevante da
população que apoie a punição aos Ministros, prevalece no país uma visão crítica
em relação à decisão norte-americana.

Este resultado encontra correspondência direta com levantamento do Instituto IPESPE, realizado entre 19 e 22 de julho de 2025, que mostrou 57% de rejeição à medida e 37% de apoio. A proximidade entre os números confirma a robustez da tendência: a maioria dos brasileiros se posiciona contra o cancelamento dos vistos.

Segundo o cientista político Marcelo Di Giuseppe, coordenador da pesquisa: “Pesquisas de opinião não servem para adivinhar o futuro, mas para oferecer clareza em meio ao debate público. Quando dois institutos distintos, com
metodologias próprias, apontam para a mesma direção, temos não apenas dados, mas evidências sólidas da realidade política do país”.

A análise segmentada mostra que a rejeição ao cancelamento dos vistos é predominante em todas as regiões do Brasil, ainda que com variações de intensidade. Apenas na região Sul, a maioria absoluta é a favor à medida. Entre os
mais idosos (60 anos ou mais), há maior prevalência da rejeição. Outro ponto de destaque é o aumento do índice de aprovação do cancelamento dos vistos, conforme aumenta o grau de instrução dos eleitores.

 

Outro recorte importante é o perfil de consumo de informação: brasileiros que se informam por televisão e portais de notícias online apresentam índices mais altos de rejeição ao cancelamento, enquanto entre os que têm como principal fonte as redes sociais há uma divisão maior. Esse dado indica que a forma como a população acessa informações influencia diretamente sua percepção sobre temas de política internacional e institucional.

Com esse levantamento, o IBESPE reafirma a importância de pesquisas sérias para orientar o debate público. Mais do que medir a temperatura da opinião, elas permitem compreender tendências sociais que, em última análise, moldam o cenário político e ajudam a antecipar os próximos movimentos da sociedade brasileira.

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