O governo argentino afirmou nesta quarta-feira (20) que não recebeu nenhum pedido de asilo político do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A negativa veio após a Polícia Federal incluir em relatório final a informação de que Bolsonaro teria preparado uma solicitação ao presidente da Argentina, Javier Milei. Segundo a CNN Brasil, uma fonte da Casa Rosada reforçou que não há registro oficial do pedido no país vizinho.
Alexandre de Moraes deu 48 horas para o ex-presidente explicar o documento. O prazo termina nesta sexta-feira (22).
No rascunho encontrado no celular do ex-presidente, Bolsonaro escreveu: “Eu, Jair Messias Bolsonaro, solicito à Vossa Excelência [Milei] asilo político na República da Argentina, em regime de urgência, por eu me encontrar na situação de perseguido político no Brasil, por temer por minha vida, vindo a sofrer novo atentado político, uma vez que não possuo hoje a proteção necessária que se deve dar a um ex-chefe de Estado, bem como por estar na iminência de ter minha prisão decretada, de forma injusta, ilegal, arbitrária e inconstitucional pelas próprias autoridades públicas que promovem a perseguição contra mim, diretamente da mais alta Corte do Poder Judiciário brasileiro, e por preencher todos os requisitos legais, conforme exaustivamente demonstrado ao longo desse requerimento”.
De acordo com a PF, o texto foi redigido pela nora de Bolsonaro que é esposa de Flávio e salvo em 10 de fevereiro de 2024. O documento não possui assinatura nem data final, mas, segundo os investigadores, supostamente indicaria que o ex-presidente cogitava deixar o Brasil desde a operação Tempus Veritatis.
O relatório também lembra que, dois meses antes, em dezembro de 2023, Bolsonaro havia comunicado ao ministro do STF Alexandre de Moraes uma viagem à Argentina, entre os dias 7 e 11, período em que participou da posse de Javier Milei.