A visita de Anitta à aldeia Kuikuro, no Parque Indígena do Xingu (MT), para gravar um especial do programa Domingão com Huck, gerou polêmica nas redes sociais. A artista participou do Quarup, tradicional cerimônia que homenageia os mortos, mas foi criticada pela ativista indígena Ysani Kalapalo, que classificou sua presença como um “desrespeito” ao ritual.
Ysani, da aldeia Tehuhungu, afirmou que a cantora não seguiu a tradição durante a dança ritual. Segundo ela, Anitta deveria estar com o corpo pintado e apenas com adereços, sem roupas. “O fato de estar de roupa dançando o Quarup já desrespeita o ritual”, declarou em vídeo nas redes sociais.
Com mais de 120 mil seguidores no Instagram e 800 mil inscritos no YouTube, Ysani também acusou a artista de usar a causa indígena como autopromoção. “Sabemos muito bem que a Anitta não colabora praticamente nada com o progresso dos povos indígenas. A fala dela é só lacração. Quem defende realmente a natureza são os indígenas”, disse.
Em outro trecho, a ativista ainda questionou as posições políticas da cantora. “Defende socialismo, mas vive vida capitalista, no luxo. É milionária. Ou seja: luxo para mim e pobreza para você”, afirmou.
Anitta respondeu às críticas destacando que sua ida ao Xingu ocorreu a convite de lideranças indígenas e organizações ligadas à causa. “Vivenciei de perto o Quarup, ritual que celebra a memória e a trajetória daqueles que já fizeram a passagem. Além disso, tive a honra de conhecer o Cacique Raoni, esse homem que dedica anos da sua vida à defesa da floresta, à proteção dos territórios indígenas e ao futuro da humanidade”, publicou em suas redes sociais.
A cantora também ressaltou a importância histórica dos povos originários na preservação da floresta e defendeu o fortalecimento do apoio a eles como guardiões da natureza.
Ysani Kalapalo, que ganhou notoriedade após discursar na Assembleia-Geral da ONU em 2019 a convite do então presidente Jair Bolsonaro, já participou de programas de TV e reality shows.
