O deputado federal José Medeiros (PL) defendeu a prisão do ministro Alexandre de Moraes, alegando reiterados descumprimentos da Constituição. A fala foi proferida durante o seminário sobre a demarcação de terras indígenas, promovido pela Aprosoja-MT e pela Associação Mato-Grossense dos Municípios (AMM).
Medeiros afirmou que o Brasil enfrenta uma grave crise de insegurança jurídica, causada pela omissão de grande parte dos senadores e pela atuação política do Supremo Tribunal Federal (STF). Para o parlamentar, o reestabelecimento da segurança jurídica no Brasil passa pelo impeachment de ministros e por uma atuação firme do Senado.
“Infelizmente, o país está nas mãos de poucas pessoas, e o culpado é o Senado Federal. Tenho respeito pelo Davi Alcolumbre, mas, nesse momento, ele está prestando um desserviço à agricultura e à nação ao não pautar o impeachment. O que vai nos dar segurança jurídica é eleger pessoas com coragem de pedir o impeachment e responsabilizar ministros que cometem crimes contra a sociedade”, afirmou.
Medeiros também orientou os produtores rurais a cobrarem compromissos claros de candidatos à Câmara e ao Senado, para não correrem o risco de sofrer com decisões que prejudicam o setor produtivo.
“Façam sabatinas olho no olho. Perguntem se, na hora de aprovar uma molécula de defensivo agrícola, ele vai votar ou se vai se esconder com medo da pressão da Globo. Hoje, estamos com um país sendo sancionado porque um ministro achou que podia regulamentar redes sociais com a caneta, enfrentou o país mais rico do mundo e colocou todos nós em risco”, declarou.
No seminário, Medeiros defendeu que o marco temporal é assunto para o Congresso Nacional – aqueles que foram escolhidos para representar a vontade popular, não para o STF – e criticou a atuação política da Suprema Corte, que derrubou a decisão do Congresso Nacional.
“O marco temporal mais importante neste momento é outubro de 2026. Esse assunto só está sendo discutido porque temos uma anomalia no sistema. Parte do Senado não funciona. Hoje, temos uma instituição política que fica acima de todos os outros órgãos. O que está escrito na Constituição pode ou não valer, dependendo da canetada de um ministro. Isso não é democracia”, concluiu.