Britânicos dopados e roubados na orla do Rio relatam golpe

Dois turistas britânicos que estavam no Rio de Janeiro para comemorar a formatura em Engenharia relataram, em entrevista exclusiva, como foram dopados e roubados por três mulheres que haviam conhecido poucas horas antes. O caso ocorreu na noite de quarta-feira (6), após o grupo deixar um samba na Lapa e seguir para um quiosque na orla de Ipanema.

Segundo as vítimas, as mulheres — identificadas como Amanda Deloca, Mayara Ketelyn e Raiane Campos (esta última com 20 passagens pelo mesmo crime) — compraram caipirinhas e ofereceram aos estrangeiros. Poucos minutos depois, um deles perdeu os sentidos e caiu na areia. Imagens que mostram um dos britânicos desnorteado e depois desacordado circularam pelo mundo e foram destaque na imprensa internacional.

“Eu tomei dois goles e não lembro de mais nada”, contou uma das vítimas.

Um entregador de 19 anos, que passava pelo local, filmou a cena e acionou a polícia. Ele relatou ter visto um dos turistas “babando, com o olho aberto e de cara na areia” enquanto as suspeitas tentavam ajudar a vítima a se levantar. Ao perceber que estava sendo gravado, o grupo entrou em um táxi e fugiu.

Antes de perder a consciência, o segundo turista chegou a jogar o próprio celular na areia, suspeitando que algo estava errado. Ainda assim, a quadrilha conseguiu transferir 20 mil libras (cerca de R$ 150 mil) de uma conta de investimento para uma conta corrente, gastando cerca de 2 mil libras (R$ 15 mil) antes de o banco bloquear as operações. A instituição financeira informou que irá ressarcir a maior parte do prejuízo.

A delegada Patrícia Alemany, responsável pelo caso, informou que a polícia analisa imagens de câmeras de segurança e aguarda o laudo toxicológico para identificar a substância usada. Ela disse ainda que há suspeita da participação de outras pessoas, já que as mulheres teriam mantido contato telefônico com terceiros durante toda a ação.

Casos semelhantes têm se repetido no Rio, principalmente em áreas como Lapa, Pedra do Sal e Copacabana, e, segundo especialistas, a condenação dos criminosos é dificultada porque turistas retornam aos seus países e, muitas vezes, não confirmam o depoimento em juízo.

Apesar do trauma, um dos britânicos disse que a experiência positiva dos primeiros dias no Brasil ainda pesa na memória. “Foram dez dias lindos antes disso. Talvez eu volte, se for na situação certa e com as pessoas certas. Mas, por enquanto, já é o suficiente de Brasil”, afirmou.

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