A Polícia Civil de Mato Grosso deflagrou, nesta terça-feira (24), a terceira fase da Operação Safra, contra um esquema criminoso envolvido no furto e desvio de cargas de soja e milho que gerou mais de R$ 20 milhões em prejuízos. O grupo atuava em diversas cidades estratégicas do agronegócio mato-grossense, como Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, Sapezal, Tangará da Serra e Cuiabá, com envolvimento direto de funcionários de fazendas.
Nesta fase da operação, o foco das investigações foi o operador financeiro da organização criminosa, que lavava o dinheiro por meio de empresas fantasmas, contas bancárias ocultas e emissão de notas fiscais falsas.
Segundo a Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), ao menos 152 cargas — o equivalente a mais de 6 milhões de quilos de grãos — foram subtraídas por meio de um esquema que envolvia aliciamento de funcionários, adulteração de documentos e falsificação de notas fiscais. O destino dos grãos eram empresas investigadas em Cuiabá, onde o produto era “esquentado” com documentação falsa antes de ser inserido no mercado formal.
Na ação desta terça-feira, a Justiça expediu 63 ordens judiciais, incluindo mandados de busca, bloqueio de bens e sequestro de veículos e imóveis dos investigados. A operação busca atingir diretamente o patrimônio da quadrilha.
“O dano real pode ser ainda maior, pois parte das cargas desviadas sequer foi registrada, o que dificulta a mensuração total do prejuízo”, afirmou o delegado Gustavo Belão.
A Operação Safra já teve outras duas fases, deflagradas em 2021 e 2022. A primeira desmontou um grupo sediado em São Paulo. Já a segunda aprofundou os vínculos entre os criminosos e empresas que davam aparência legal aos grãos roubados.