O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi (PSB), se manifestou nesta segunda-feira (16) sobre a investigação que envolve 14 deputados estaduais na destinação de emendas parlamentares para a Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf), executadas por meio do Instituto Pronatur. Segundo ele, a Casa acompanha com tranquilidade o inquérito e reforçou que a responsabilidade pelas indicações é individual.
“A gente espera que tudo seja investigado. Muitos deputados já estão apresentando suas defesas. É importante esclarecer os fatos, porque há informações que não condizem com a realidade”, disse Max.
O parlamentar lembrou que o papel dos deputados se limita à indicação dos recursos, enquanto a execução é de responsabilidade do Governo do Estado, por meio das secretarias e dos órgãos de controle como o Ministério Público e o Tribunal de Contas.
“O deputado faz a indicação. A secretaria analisa, paga e acompanha a execução. Se houver irregularidade, tem que haver ressarcimento e a responsabilização cabível”, explicou.
Sobre o Instituto Pronatur, apontado como peça-chave em um esquema de superfaturamento na compra de kits agrícolas com prejuízo estimado em R$ 28 milhões aos cofres públicos, Max disse que não conhece a entidade e não pretende interferir na forma como os parlamentares destinam suas emendas.
“Temos 13 mil institutos no Estado. Conheço poucos. Não dá para condenar todo o setor por uma ação pontual. Cada deputado sabe onde colocar sua emenda. A responsabilidade é individual, não da Assembleia”, declarou.
A Operação Suserano, deflagrada pela Polícia Civil e agora sob responsabilidade da Polícia Federal, investiga a compra de kits agrícolas com sobrepreço de R$ 10,2 milhões por meio de termos de fomento firmados entre a Seaf e o Instituto Pronatur. O empresário Alessandro do Nascimento é apontado como sócio oculto da empresa beneficiada e suspeito de lavagem de dinheiro.
Os deputados citados negam qualquer irregularidade e afirmam que as emendas atenderam a demandas reais das comunidades que representam. O caso segue em investigação.